Inter espera chegar a 24 milhões de clientes em 2022

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O Inter vai encerrar o ano com 16 milhões de clientes e tem projeções ambiciosas para 2022. A expectativa é aumentar a base em 50%, alcançando 24 milhões de pessoas até o fim do próximo ano.

A informação foi mencionada por Ray Chalub, diretor de operações do Inter, durante o Investor Day. Segundo o executivo, a empresa planeja ter 15% do mercado brasileiro de contas bancárias no ano que vem. Ele entende que chegar a essa patamar é uma empreitada de “altíssima responsabilidade”, mas também é motivo de orgulho.

Não há dúvidas de que o caminho será difícil já que grandes bancos ainda contam com a maior fatia do mercado e concorrentes estão igualmente preparados para escalar ainda mais. É o caso do Nubank, recém-listado na Nyse, que possui quase 50 milhões de clientes.

Ray contou, ainda, que o banco digital terá uma nova funcionalidade chamada ‘check-out universal’.

“Vamos conectar toda a jornada do super app em um único check-out que vai aceitar débito na conta do cliente, cartão de crédito e outras formas de pagamento, por exemplo, PayPal”, disse Ray.

A primeira versão da nova funcionalidade já foi lançada e será melhorada ao longo de 2022. “Estará em todas as jornadas do Inter. Vai mudar tudo na experiência do cliente. Até porque tudo no final das contas vira uma transação financeira”, afirmou o executivo.

De acordo com o CEO do Inter, João Vitor Menin, a empresa quer ser reconhecida como um super app e, por isso, está trabalhando para melhorar a plataforma de investimentos, a oferta de seguros, assim como facilitar o crédito aos clientes. Os usuários devem esperar, segundo o executivo, atualizações frequentes do aplicativo.

Em diversas avenidas de negócio, a estratégia do Inter é clara: combinar tudo (seguros, crédito, investimentos, shopping) num só lugar. “A gente precisa ter serviços financeiros e não financeiros para ter mais engajamento e monetização. Por isso, falamos que construímos o primeiro super app pra valer”, afirmou Menin, em outro evento, realizado na semana passada pela McKinsey.

No momento, a “menina dos olhos” entre as verticais do Inter tem sido o Inter Shop – isso a empresa saiu na frente de vários concorrentes – que, neste ano, seu volume de vendas ultrapassou R$ 3 bilhões, número 3x maior em relação a igual período de 2020. A marca foi atingida com o resultado de vendas na Black Friday, quando o volume de vendas somou R$ 208 milhões.

“Varejo significa volume para ganhar tração e queremos duplicar esse número no ano que vem”, disse Rodrigo Gouveia, CEO do Inter Shop, no Investor Day.

Já a plataforma de investimentos terminou o terceiro trimestre com R$ 60 bilhões em ativos sob custódia (AuC) e 1,8 milhão de clientes — quantidade que representa cerca de 10% dos investidores ativos na B3. “Aproximadamente 80% dos nossos clientes têm menos de 40 anos”, contou Felipe Bottino, diretor da Inter Invest.

Internacionalização

A estratégia de super app se estende aos planos de internacionalização da companhia.

Apesar de pegar o mercado de surpresa ao anunciar que desistiu de realizar uma reorganização societária e que resultaria na listagem de uma nova holding na Nasdaq, o Inter reforçou hoje, no Investor Day, que desistir não é bem a palavra e que atuar em outros paises é um dos seus grandes objetivos para escalar.

Na primeira parte do evento, a CFO e diretora de relações com investidores do banco digital, Helena Lopes Caldeira, disse que “de alguma forma, voltamos à estaca zero” no processo da reorganização. Avisou, ainda, que a instituição está fazendo novas reuniões com investidores e stakeholders sobre esse tema.