Estônia: O que podemos aprender com a sociedade 'cashless'

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“Vimos o futuro na Estônia. Vai dar trabalho, mas é onde queremos chegar”. Assim resume Marcelo Quintella, vice-presidente de produtos da unico, primeira IDTech brasileira de soluções de identidade digital, ao resumir sua recente passagem pelo país europeu.

Independente desde 1991 da União Soviética, a Estônia passou, nesses últimos 30 anos, de uma situação de pobreza para ser considerado um dos maiores exemplos de sociedade digital no mundo.

O governo local entendeu rapidamente as aplicações que a internet – ‘quando tudo ainda era mato’ — poderia ter em sua sociedade. Um dos insights foi que essa novidade tecnológica ajudaria a reduzir a burocracia e, em parceria com empresas privadas, criou uma identidade digital nacional, o ID Card, que reúne todas as informações autenticadas de cada pessoa e é o passaporte digital para serviços no país.

Principalmente após a aprovação de uma lei em 2000, que igualou a assinatura física à digital, quase 100% (98,2%) da população, formada por 1,3 milhão de pessoas, já é identificada virtualmente.

Criou-se, desta forma, o conceito de ‘one is only principal’. Ou seja, o usuário cadastra todas as informações pessoais, como endereço e telefone, por exemplo, uma única vez para ter acesso tanto aos serviços públicos quanto às soluções privadas. Não existe necessidade de apresentar novamente um comprovante de residência ao ser admitido por uma empresa ou fazer uma compra em uma loja, por exemplo.

Essa modelo faz parte da chamada X-Road, uma grande plataforma que agrega serviços públicos e privados de forma padronizada e possibilita que governo e empresas tenham acesso aos dados de forma segura e simples. Todas as informações que estão na plataforma são criptografadas e os cidadãos têm controle sobre seus dados – conseguem ter a visibilidade de como, quando e quem acessou seus dados pessoais e, até mesmo, liberar ou bloquear esse acesso.

A sociedade digital estoniana é um ambiente propício para o empreendedorismo. Com mais de 1.100 startups e 7 unicórnios, a pequena nação está entre os principais países da Europa em termos de startups per capita.

O setor financeiro, claro, é um dos grandes favorecidos por esse cenário. Para se ter uma ideia, na Estônia, mais de 99% das transações financeiras ocorrem de maneira digital. Em outras palavras, é uma sociedade ‘cashless’. Um ambiente propício, portanto, para as fintechs.

Tanto é que existem mais de 170 fintechs no pequeno país, conforme a base de dados da iniciativa governamental Startup Estônia. Um dos destaques nessa lista é o unicórnio Wise (antiga TransferWise), fintech especializada em transferências internacionais.

“Se vou fazer uma fintech nova, não preciso criar o mecanismo de autenticação para proteger os dados do cliente. Tudo isso está na plataforma [do país]. Assim, o empreendedor consegue focar no seu ‘core business’. Cria uma eficiência na sociedade como um todo”, aponta Marcelo Quintella, da unico.

Fraudes usando a identificação de outra pessoa praticamente não existem por lá. E entender melhor a tecnologia por trás foi justamente o que o alto escalão da unico, inclusive os fundadores Diego Martins e Paulo Alencastro, foi conhecer em sua visita de uma semana por lá.

Com apoio do Estônia Hub, o grupo de executivos e executivas visitou um total de dez empresas no país báltico. Companhias que operam dentro desse ecossistema com diferentes produtos e serviços, usando blockchain. Também se encontraram com representantes de órgãos do governo responsáveis pela emissão da identidade digital.

“Algumas coisas ficaram evidentes, como a experiência ser focada no usuário final. A unico já tem essa mentalidade. Temos uma plataforma para usuário final, o unico | you, para que as pessoas possam ter seus dados reunidos com segurança e privacidade, com total controle sobre qual dado você deseja compartilhar ou quem acessa qual dado e quando. Representa muito nossa visão de futuro”, afirma Marcelo.

O executivo lembra que a unico já possui a biometria facial em seus produtos, que permite uma assertividade de 99,98% em operações como onboarding em bancos digitais e autenticação de pedidos de crédito, e passa constantemente por testes e atualizações. Além disso, a IDTech tem uma solução que agiliza a contratação de um profissional em até 43 minutos e sem que essa pessoa precise sair de casa para ser admitida pela empresa.

Pensando na realidade brasileira, o maior desafio está na inclusão digital dos brasileiros. Na Estônia, quase 90% da população tem acesso à internet e, aqui, um em cada cinco brasileiros não tem, segundo dados recentes do IBGE.

De qualquer forma, o grupo da unico voltou da viagem esperançoso de que esse futuro é possível para os brasileiros também.

“Aqui na unico IDtech, nossa ambição é criar exatamente este tipo de plataforma centrada na identidade das pessoas, oferecendo todo um ecossistema de serviços que elimina a burocracia da vida de pessoas e empresas, ao mesmo tempo que garante a segurança nessas relações e assegura a privacidade dos usuários. Ainda estamos percorrendo um longo caminho, mas as possibilidades para um país como o Brasil são imensas, com um poder enorme de transformar a sociedade”, aposta Quintella.





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