O BV avança na estratégia de oferecer soluções “as a service” e anunciou nesta sexta-feira (21) um investimento no S3 Bank, uma plataforma de banking as a service (BaaS). O valor do aporte não foi informado, mas trata-se de uma participação minoritária neste primeiro momento. Há a possibilidade de compra de controle da plataforma pelo banco.
De acordo com nota da instituição, a operação fará com que o BV passe a oferecer uma solução de BaaS para grandes e médias corporações que queiram criar uma conta digital, incluindo infraestrutura bancária já integrada nas APIs do banco, desenvolvimento de experiência personalizada e atendimento no pós-venda.
O banco já oferece por meio do BV Open, plataforma de APIs para soluções de BaaS, credit as a service (CaaS) e investment as a service (IaaS).
Conforme Rogerio Monori, diretor de atacado do banco BV, essa plataforma atingiu 133 milhões de transações no terceiro trimestre do ano passado — número que representa incremento de 4x em relação a igual intervalo de 2020, impulsionado principalmente pelo Pix –, e no acumulado houve um crescimento de 339% em relação aos primeiros nove meses de 2020.
No total, 51 parceiros dos mais variados segmentos, como educação, energia, saúde e e-commerce, estão plugados na plataforma BV Open.
A iniciativa de hoje vem para intensificar este movimento, embora novas aquisições de empresas de BaaS não sejam consideradas pela instituição.
“O investimento no S3 Bank, em sinergia com o alcance nacional de atuação da nossa força comercial do Corporate & Investment Banking, vem para escalarmos ainda mais o negócio e oferecer mais soluções aos nossos clientes corporativos, permitindo que ofereçam produtos e serviços financeiros dentro da sua cadeia de clientes finais ou fornecedores”, diz Rogerio, em nota.
O S3 foi fundado em 2019 e atende fintechs, empresas de sistemas de gestão empresarial (ERP), healthtechs, entre outras. Em nota, Sergio Alves, CEO do S3 Bank, comenta que a ideia com a transação é ofertar uma plataforma one stop shop para toda a jornada de BaaS,a além de apoiar as corporações em sua jornada com conta digital, Pix, transferências, cobranças, pagamentos, cartões e outros meios transacionais.
Movimentação frequente
Investir em banking as service tem sido uma das principais estratégias adotadas entre empresas de vários segmentos. Em novembro, por exemplo, foi a Sinqia que — por meio do seu Corporate Venture Capital (CVC), o Torq Ventures — anunciou um investimento de R$ 1,5 milhão na CashWay, empresa catarinense que opera com BaaS.
Mas, especificamente no setor bancário, a lista de instituições que estão vendo suas operações de BaaS também crescer não é nada despresível e inclui nomes como Original, Topázio, ABC Brasil, BTG Pactual e Citi.
Da mesma forma, investir em fintechs tem sido a tendência do setor. Com a operação de hoje, o BV dá sequência aos investimentos neste sentido e que devem continuar.
No início do ano passado, a instituição anunciou um investimento de R$ 100 milhões na Trademaster, para ampliar a atuação em soluções para pequenas e médias empresas e aumentar a quantidade de lojistas utilizando a plataforma.
Em agosto, também fechou um acordo, em conjunto com o Portal Solar, para comprar a fintech Meu Financiamento Solar por R$ 45 milhões.
Além de que o ecossistema do BV tem aproximadamente 30 parcerias para cocriação e distribuição de produtos, entre elas, as fintechs QueroQuitar, Pravaler e Neon.
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