A Klavi, plataforma SaaS de agregação de dados, analytics e serviços API com foco em Open Finance, acaba de levantar uma rodada Série A de US$ 15 milhões. O processo de captação já havia sido antecipado por Bruno Chan, cofundador e CEO, em entrevista ao Finsiders em fevereiro.
O aporte foi liderado pelos atuais investidores Iporanga Ventures e Parallax Ventures. Mas o que se destaca mesmo é a entrada no captable de dois grandes players — CIP e Vivo, por meio do Vivo Ventures. O fundo chinês GSR Ventures (investidor de diversos unicórnios, como Didi/99) também acompanhou o round.
Foi o primeiro cheque — no valor de US$ 3 milhões — assinado pelo Corporate Venture Capital (CVC) da Vivo, lançado em abril. O aporte também foi inaugural para a CIP, que deixou recentemente de ser uma associação sem fins lucrativos para se tornar uma SA, e agora vem buscando se posicionar cada vez mais como uma provedora ‘tech’ de infraestrutura bancária.
Em comunicado, a Klavi informa que a captação admite um ‘closing’ adicional em até 90 dias, e terá a entrada de outros investidores “já engajados”.
O objetivo da fintech é ser líder em soluções de Open Finance no Brasil, atraindo empresas líderes em seus segmentos, como bancos, fintechs e até mesmo empresas de outros setores que oferecem serviços financeiros.
Com mais de 30 clientes, a Klavi espera crescer essa base para mais de 100 até o fim do ano, chegando a mais de 500 ao final do ano que vem. Na carteira atual, estão desde grandes nomes como banco BV e Serasa até fintechs como Gorila, SuperSim e Zippi e a financeira Portocred, entre outros.
Para refrescar a memória do leitor, a Klavi construiu uma tecnologia de processamento e inteligência de dados, que se conecta a instituições financeiras para captar, ler e tratar dados financeiros de contas de pessoas físicas (PF) e jurídicas (PJ).
Ao todo, a fintech já processou mais de 450 milhões de transações e soma mais de 4 milhões de conexões. Atualmente, captura dados de 35 fontes, incluindo os maiores bancos de varejo, bancos digitais como Nubank, Inter, Original e Agi, corretoras como XP e NuInvest, entre outros.
“Enxergamos uma lacuna grande entre o recebimento de dados de Open Finance até a utilização deles para negócios. Vamos facilitar e acelerar a entrada de novos players, por meio das nossas tecnologias SaaS”, diz Bruno Chan, cofundador e CEO da Klavi, em comunicado.
Com o novo cheque, a fintech planeja fortalecer o segmento de processamento de dados e sua área de tecnologia, por meio do que chama de “oportunidades de inovações em serviços B2B”. A ideia é também desenvolver novos produtos e, ainda, agregar informações de diversas fontes com a CIP.
A fintech também está construindo um score com dados de boletos, outra novidade antecipada na entrevista ao Finsiders, mas ainda sem grandes detalhes à época.
Na ocasião, o fundador contou, ainda, que a Klavi aguarda para operar como iniciador de transações de pagamentos (ITP), uma licença que um de seus principais concorrentes, a Quanto, já tem em operação.
A captação que trouxe CIP e Vivo para a base de acionistas foi a segunda realizada pela fintech, desde o início do negócio. No ano passado, a Klavi recebeu um seed money de R$ 6,5 milhões liderado pela Iporanga Ventures e acompanhado pela Parallax Ventures.
Em operação desde o início de 2020, o que poucos sabem é que a Klavi nasceu da CrediGO, aplicativo de gestão financeira criado por Bruno ao lado do sócio chinês Stone Zheng, em 2019. A fintech pivotou o modelo de negócio para o B2B e, em abril do ano passado, lançou a marca Klavi.
Seu crescimento recente é explicado, por óbvio, pelo avanço da implementação do Open Finance. O grande desafio, argumentam especialistas, é extrair valor do compartilhamento de dados.
Justamente por isso, ganham força soluções como a da Klavi, mas também da Quanto (investida de Itaú e Bradesco), Belvo (que atende mais de 150 clientes em três países: Brasil, México e Colômbia), Pluggy, entre outras.
Há, ainda, players pioneiros que ficaram pelo caminho. É o caso do aplicativo de gestão financeira Guiabolso, que iniciara uma estratégia B2B mas acabou sendo adquirido pelo PicPay. Outro caso é da Olivia, comprada pelo Nubank.
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