O Girabank, banco digital que tem como um dos principais investidores o empresário e influencer Carlinhos Maia, foi lançado em junho deste ano. Em menos de seis meses, atingiu 1,3 milhão de contas ativas e tem mais 1,08 milhão em processamento. Agora quer escalar e monetizar a base com produtos financeiros e não financeiros.
Para crescer, a empresa abre amanhã (15) uma captação de R$ 10 milhões em troca de uma participação de 2,55% no negócio. A oferta pública estará disponível na Divi-hub, plataforma de crowfunding de investimento com foco em economia criativa. O projeto é fruto de uma parceria com a Raketo, a ‘venture market’ lançada em agosto por Fred Santoro (ex-AWS).
“A captação tem como objetivo fortalecer o time de profissionais e dar continuidade no crescimento. A meta de sermos mais um unicórnio brasileiro é factível”, diz Pedro Marrey Sanchez, sócio-fundador do Girabank, ao Finsiders. O investimento será destinado para frentes como marketing, tecnologia e operações.
Além de Carlinhos, ao lado dele no projeto estão Miguel Teixeira (fundador do Grupo Concept Franchising) e Luiz Guzman (empresário na área de franchising, startup e food service).
Em um mercado extremamente competitivo entre bancos digitais, o Girabank aposta no alcance de Carlinhos. O influencer tem mais de 26 milhões de seguidores, os “girassóis”, no Instagram. Tamanho poder de engajamento deve garantir a estratégia de retenção de clientes de A a E — pelo menos, enquanto o influencer estiver em evidência.
O influenciador digital é um dos principais investidores do Girabank. Além dele, estão no captable a Prudentte, fintech que oferece banking as a service (BaaS), além de outros perfis de investidores.
O plano da fintech é ser uma plataforma bancária completa, e diversos produtos estão no roadmap dos próximos meses, incluindo cartão de crédito pós-pago, adquirência, criptomoedas, empréstimos com garantia do FGTS, entre outros. Hoje, o Girabank oferece conta digital para pessoas físicas e, em janeiro, vai lançar a modalidade PJ, revela Pedro.
“Também temos nossa própria plataforma de celular (Giracell) e linhas de crédito pessoal e microcrédito, além do Giraclub [o clube de benefícios do banco digital], que oferece seguro funeral e de acidentes pessoais, além de prêmios semanais por R$ 9,90 mensais”, conta o executivo, que também lidera a Parcelamos Tudo.
Aliás, será esta fintech a parceira para a criação da maquininha do Girabank, com previsão de lançamento ainda no primeiro trimestre do ano que vem. “Estamos fechando parceria para o consignado, clube de benefícios (desconto e cashback), telemedicina e cursos de educação financeira”, adianta Pedro.
Na retaguarda, o Girabank tem parceria com sua investidora Prudentte, e com o Bankly, do Grupo Méliuz — que roda a infraestrutura tecnológica do banco digital. O cartão é da bandeira Mastercard. E o chip de celular Giracell é operado em conjunto com a Surf Telecom.
Na página da captação, no Divi-hub, a empresa cita, ainda, que já recebeu 148 mil solicitações de cartão de crédito e mais de 730 mil pedidos de crédito até o momento. Além disso, o Giraclub soma 12,9 mil usuários. “Vamos entregar, a partir de janeiro, aproximadamente 1 milhão de cartões pós-pagos Mastercard”, diz Pedro.
Mercado
O Girabank persegue um objetivo sobre o qual dez em cada dez bancos digitais e fintechs estão debruçados: monetização da base de clientes. Diversos players vêm criando marketplaces e adicionando seguros e outros produtos para aumentar as linhas de receita e ampliar a recorrência.
Ainda que o cenário seja mais competitivo, o que deve se intensificar com o Open Finance, a oportunidade também é grande. Levantamento feito em parceria entre Brink’s e Fundação Dom Cabral aponta que 38,5% da população adulta brasileira não tem conta bancária.
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