Em agosto, a Trace Finance lançou um hub de soluções, com o objetivo de agregar mais valor para seus clientes, as startups latinoamericanas. Agora, essa rede de parceiros — que começou com a norte-americana Carta, como você leu no Finsiders — foi ampliada e já reúne cerca de 40 plataformas, serviços e ferramentas que podem ser contratadas pelos clientes da Trace com condições especiais.
No total, os acordos já geraram R$ 100 mil em economia para as startups. A expectativa é que esse valor economizado alcance R$ 1,5 milhão em 2023, prevê Bernardo Brites, CEO e cofundador da Trace Finance. “A previsão é chegar a mais de 100 parceiros no ano que vem”, diz ele. Os serviços incluem escritórios de advocacia e contabilidade até softwares de inbound marketing como HubSpot ou soluções como a da norte-americana Deel, que facilita contratações internacionais.
Com a rede de parceiros, a ideia da fintech não é ganhar dinheiro, e sim fortalecer a marca como um ecossistema de soluções para startups na região. “Nós ganhamos percepção de marca. Quando apresentamos um player para outro prestador de serviço, o potencial de ganho até talvez seja maior do que no câmbio”, afirma Bernardo. “Queremos trazer valor para a comunidade. Então, sempre vamos filtrar e validar para ver se tem valor para nossos clientes.”
Ecossistema financeiro global Latam
Como já havia citado em entrevistas anteriores ao Finsiders, o jovem empreendedor carioca reforça que o objetivo da Trace é criar um ecossistema financeiro global para startups na América Latina. Por enquanto, a fintech oferece o serviço de transferências internacionais para empresas nascentes, em diferentes estágios, que querem trazer o cheque captado em dólar.
Desde a fundação, no ano passado, a Trace já processou cerca de R$ 2 bilhões — para se ter uma ideia do crescimento, em meados de setembro, essa cifra tinha superado R$ 1,5 bilhão. A carteira de clientes também teve um avanço considerável ao longo do ano — de fevereiro para cá, a fintech mais do que quadruplicou a base, passando de 140 empresas no portfólio.
Apesar do cenário de crise para as startups, Bernardo argumenta que seu negócio não foi afetado. “As rodadas continuam acontecendo. Temos visto muito volume e operações acontecendo. Obviamente não com o mesmo ritmo de 2021, que foi fora da curva”, diz ele.
Sobre os planos, o fundador se limita a dizer que a Trace fará mais barulho em 2023. Em fevereiro, quando anunciou o seed money, o empreendedor já havia comentado em entrevistas à época que a ideia seria oferecer uma conta global e um cartão de crédito para startups. Em conversa com o Finsiders, há cerca de quatro meses, ele afirmou que a lista de espera da conta era “considerável”, mas não deu detalhes sobre a solução.
“Nossa missão é continuar aumentando a base de usuários e lançando produtos que encantem a base e fazer com que Trace seja conhecida não apenas como a melhor forma de enviar dinheiro entre países, mas eventualmente gastar e guardar dinheiro”, diz Bernardo, desta vez. Claramente um sinal de que os produtos de banking sairão do papel no ano que vem.
Competição
O boom das startups nos últimos anos, especialmente de 2020 para cá, impulsionou a criação de negócios específicos para atender esse perfil de clientela. Além da Trace, a Kamino foi lançada oficialmente em março como um hub financeiro que quer ajudar a acelerar o ‘time to market’ das startups. Em setembro, a fintech lançou conta remunerada e cartão e acaba de inaugurar o Kamino Partners, um programa de parcerias.
Os players com soluções para startups incluem, ainda, BHub, Latitud, Remessa Online, entre outros. Bancos tradicionais, como ABC Brasil, BTG Pactual, Genial, Itaú BBA e Voiter (antigo Indusval), também vêm ampliando a oferta de produtos e serviços para as empresas nascentes.
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