De olho em novas regras do setor, PicPay estreia em benefícios

O PicPay passa a oferecer desde vales, como refeição, alimentação e gasolina, até antecipação, pagamento de salário e gestão de folha

Em seu mais novo movimento para ampliar as fontes de receita, o PicPay anuncia nesta quarta-feira (26) a entrada no setor de benefícios corporativos. A fintech vai oferecer desde vales, como refeição, alimentação e gasolina, até antecipação, pagamento de salário e gestão de folha, passando a atender do RH aos colaboradores das empresas.

O novo serviço foi batizado de PicPic e será disponibilizado aos usuários no cartão e na conta digital direto na plataforma. Para os consumidores, há alguns ganhos. Não há a necessidade de pagar taxas na antecipação de salário e é possível, ainda, transferir o saldo do dos benefícios entre diferentes categorias e enviar esses recursos para familiares.

“Queremos ser uma solução que entrega para o trabalhador muito mais do que um cartão para receber benefícios, mas uma experiência totalmente nova, que ajuda a dar um fôlego quando as contas apertam para que ele evite linhas de crédito mais caras, e que dá poder de escolha e liberdade para gerenciar tudo que ele recebe da empresa, afirma Danilo Caffaro, vice-presidente de serviços financeiros pessoa física do PicPay, em nota.

O executivo destaca, também, que “além de cumprir o papel de realmente ser um benefício para o colaborador, ajuda o RH a reter e engajar ainda mais seus talentos”. De acordo com o PicPay, antes de chegar ao mercado, a solução passou por testes durante 8 meses, com 10 mil colaboradores do PicPay e de parceiros. A meta é atender até 400 mil beneficiários em 2023.

Diversificação

A entrada do super app em benefícios é mais um passo na estratégia de diversificação dos negócios. Recentemente, a empresa começou a oferecer crédito consignado público, após a aquisição da fintech BX Blue. Em fevereiro, o Finsiders também revelou que o PicPay está montando uma unidade de investimentos, a partir da estrutura da Liga Invest, uma DTVM que integra o grupo J&F.

Os resultados da fintech também vêm melhorando. No quarto trimestre de 2022, o PicPay registrou o primeiro lucro de sua história no quarto trimestre de 2022. No consolidado do ano, somou prejuízos de R$ 693 milhões no acumulado do ano — mas já foi 64% menor do que no consolidado de 2021, quando as perdas bateram os R$ 1,9 bilhão.

Um ponto importante é que o PicPay antecipou o breakeven em dois anos, que estava previsto para 2024. E triplicou as receitas anuais, fechando 2022 com R$ 2,9 bilhões. Entre outubro e dezembro, a receita avançou 75%, alcançando os R$ 761 milhões.

Concorrência

No caso do mercado de benefícios, a fintech da J&F (dona também do Banco Original) está de olho em um segmento bastante atrativo do ponto de vista dos negócios: a estimativa é que o setor gire em torno de R$ 150 bilhões por ano. Assim, obviamente a disputa é pesada.

Além de empresas consolidadas, como Alelo, VR, Sodexo e Ticket, diversas novas startups despontaram nos últimos anos. São nomes como Caju, Flash e iFood, que ganham cada vez mais espaço.

Joga a favor de novos entrantes, ainda, as mudanças nas regras do setor, que entram em vigor em maio. Uma das novidades é o fim do chamado “rebate”, uma prática que consistia na oferta de descontos e condições especiais pelas emissoras de cartões para seus clientes corporativos.

“Com as novas mudanças e a maior competitividade do setor, estamos diante de uma corrida por inovação e melhores produtos e experiências. Nessa disputa, quem ganha é o trabalhador, que passa a estar no centro da discussão, e o RH, que está atento às novas demandas e necessidades”, diz Tiago Vasconcelos, executivo responsável pela nova unidade de negócio do PicPay, também em comunicado.


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