Biz aposta em BaaS 'self-service' e quer crescer em benefícios e crédito

A Biz — empresa controlada por Érico Ferreira, fundador da financeira Omni — vem ampliando sua atuação nos últimos anos

Fundada há 17 anos como processadora de cartões, a Biz — empresa controlada por Érico Ferreira, fundador da financeira Omni — vem ampliando sua atuação nos últimos anos. Entrou em banking as a service (BaaS), passou a oferecer cartão de crédito como serviço e agora está querendo acelerar a criação de bancos digitais para seus clientes, num modelo praticamente “self-service”.

A fintech está na reta final para colocar no ar sua plataforma chamada “all in one”, que permitirá a empresas de diferentes setores construírem seus bancos digitais numa só plataforma (web e mobile), assim como fazer o gerenciamento dos produtos e serviços contratados, como conta de pagamentos, cartão virtual e aplicativo.

“Hoje, as empresas que procuram uma solução de BaaS, inclusive a nossa, dependem de contato comercial, sem contar todo o processo de setup por meio do time de back office. O que a gente quer é quebrar essa barreira, criando para a empresa uma experiência tão simples quanto o que uma pessoa física tem com banco digital”, explica Douglas Barrochelo, CEO da Biz, ao Finsiders.

Atualmente, a Biz oferece soluções desde emissão e processamento de cartões (bandeira Visa), passando por antifraude, pagamento eletrônico de fretes e tag de pedágio (em parceria com a ConectCar), até crédito no modelo as a service — esse último em parceria com o Omni Banco & Financeira.

Segundo Douglas, um dos diferenciais em relação a outros players de BaaS é que a Biz oferece a tecnologia e também cuida das licenças necessárias junto aos órgãos reguladores. “Não precisamos fazer ‘outsourcing’ do nosso trabalho. Somos emissores, temos tecnologia e licenças. Então, conseguimos ser mais flexíveis e também mais competitivos na questão de custos e precificação porque excluímos intermediários”, defende.

Com 7,5 milhões de cartões ativos, a Biz diz processar mais de R$ 15 bilhões por ano em mais de 100 milhões de transações. No portfólio estão atualmente 34 clientes, de diferentes segmentos. “Só este ano fechamos 16 novos clientes”, conta o executivo. O negócio, diz ele, cresceu 50% entre 2021 e este ano, em termos de receita e volume total processado (TPV). “De 2020 para cá, crescemos mais de 200%”, afirma.

Douglas Barrochelo, CEO da Biz (Foto: Divulgação/Biz)
Douglas Barrochelo, CEO da Biz (Foto: Divulgação/Biz)

Um dos nomes de peso atendidos pela Biz é a Ser Educacional, que recentemente recebeu autorização para operar uma Sociedade de Crédito Direto (SCD) e está começando a oferecer produtos e serviços financeiros ao seu ecossistema, por meio do banco digital b.Uni. Na base de clientes estão, ainda, beBlue, Extratta, PagBem, Trigg, Uze e outros.

Para o ano que vem, além de concluir a entrega da plataforma “all in one”, a Biz planeja avançar no crédito. Nesse segmento, a fintech tem atualmente seis clientes utilizando sua solução de “credit card as a service”, no modelo white-label, fruto de uma parceria com a Omni — que cuida de funding, bancarização e cobrança, enquanto a Biz faz emissão e processamento dos cartões.

Outro foco é o mercado de benefícios. “As empresas vão entrar na plataforma ‘all in one’, já vai ter portal de RH, aí basta carregar as contas e fazer a distribuição de valores e o pagamento de benefícios para colaboradores, com cartão bandeira Visa”, diz o executivo.

Mercado

Concorrência não falta para a Biz. A lista de players que oferecem soluções de banking as a service (BaaS) é grande e inclui nomes como BMP, Bankly, Celcoin, Dock, FitBank, Matera (que tem parceria com a Biz por meio da sua IP, a Flagship), QI Tech, Swap, Zoop, entre outros.

Instituições financeiras tradicionais, como BV, BTG Pactual, Itaú, Original e ABC Brasil, também estão apostando em uma estratégia de BaaS e suas derivações, como CaaS (credit as a service), para incrementar as linhas de receitas, atingir novos perfis de clientes e ingressar em novos segmentos.

Segundo dados do IMR Instrospective Market Research, o Brasil representa 73% do mercado de BaaS na América do Sul, com uma receita de US$ 1,4 bilhão em 2021. Já um estudo da Juniper Research aponta que a receita total de BaaS globalmente passará de US$ 38 bilhões até 2027.

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