A edição de 2023 do Lift Lab, programa de inovação financeira do Banco Central (BC) feito em parceria com a Fenasbac, a federação dos servidores da instituição, teve o maior número de inscrições desde o lançamento da iniciativa, em 2018. Além disso, houve um crescimento de projetos liderados por mulheres. A matéria é do portal parceiro Blocknews.
Nesta sexta edição, chegaram 95 propostas validadas até o fechamento das inscrições, em 30 de maio. Dessas, 16 são lideradas por mulheres. Além disso, um dos projetos inscritos vem dos Estados Unidos (EUA) e outro dos Emirados Árabes Unidos (EUA). O recorde anterior foi o da primeira edição do Lift Lab, com 75 projetos no total.
Ao menos 18 propostas têm relação com o real digital, disse o BC ao Blocknews. “Enquanto na primeira edição havia um número muito significativo de projetos focados em pagamentos instantâneos, observamos nesta edição o real digital e a tokenização de ativos como temas frequentes dos projetos proponentes”, afirmou o BC. O anúncio de quem vai participar do Lift Lab de 2023 será em 3 de julho.
Projetos do Lift Lab seguem Agenda BC#
Dos 95 projetos que tentam participar do Lift Lab, 6 usaram o termo real digital no título. Mas outros 12 descrevem conexão da solução que propõem com a versão digital da moeda.
A respeito da participação de projetos com liderança feminina no Lift Lab, Rodrigoh Henriques, diretor de Inovação da Fenasbac, afirma que isso já aconteceu no Next, outro programa de inovação da Fenasbac para projetos mais maduros. “Há fortes projetos de liderança feminina no Next.”
Além disso, 66 indicaram alinhamento com mais de um tema da Agenda BC#. A agenda inclui os temas inclusão, competitividade, transparência, educação, sustentabilidade e transparência. “Dos projetos com foco em uma única dimensão, competitividade, inclusão e sustentabilidade foram os mais escolhidos”, afirma o BC.
Sustentabilidade ganha espaço
De acordo Henriques, ”houve um aumento significativo de projetos de sustentabilidade”, o que indica que esse tema está se consolidando na agenda. O Lift Lab de 2022 foi o primeiro depois da inclusão desse tema na Agenda BC#.
O perfil das inscrições mostra, ainda, que 13 delas foram individuais. Assim, 82 são de um proponente que representa uma equipe, empresa ou organização.
Na edição de 2022, já houve uma concentração de projetos em blockchain, o que não aconteceu em edições anteriores. Aliás, nas primeiras, nem havia projetos que envolviam tokens e criptos.
“Temos muito motivos para comemorar. Estamos abrindo a sexta edição do Lift Lab, então, são cinco anos da construção da relação do laboratório com o ecossistema das fintechs, cooperativas e bancos digitais, que entenderam porque é um programa importante do regulador. Estamos discutindo o uso futuro de tecnologias e modelos de negócios e, por conta disso, o quão adequada está a regulação para essa visão de futuro”, completou o diretor da Fenasbac.
Entre os projetos escolhidos na quinta edição do Lift Lab estavam o Ailos Pix Crédito, da Ailos, um pool de liquidez do Itaú, uma proposta da Easy Hash de microcrédito descentralizado e um processo de concessão de microcrédito do G10 Bank.
Os outros escolhidos foram um teste de interoperabilidade entre o real digital e uma blockchain pública, da Lovecrypto, o uso de Pix com NFC e QR Code Offline, também do Itaú, um protocolo de crédito descentralizado da Delend Tecnologia e o uso de smart contracts e stablecoins para Cédulas de Crédito Bancário (CCBs), da AmFi.
*Conteúdo publicado originalmente no portal parceiro Blocknews.
Leia também:
BC anuncia 14 propostas selecionadas para piloto do real digital
Febraban cria grupo para colaborar com piloto do real digital
Fintechs avançam, mas rentabilidade é o grande desafio, diz BC