Um novo fundo de direitos creditórios (FIDC), gerido pela Sparta, acaba de captar R$ 48 milhões, com foco no financiamento agrícola — mais especificamente, custeio de produção de soja.
A expectativa é que o FIDC Agro SGT — composto por cédulas de produto rural (CPRs) emitidas pelos produtores rurais — consiga uma taxa de retorno superior a 11% ao ano.
A operação com o novo FIDC é fruto de uma parceria entre a Sparta — uma asset com R$ 3 bilhões sob seu guarda-chuva –, a boutique de assessoria e investimentos especializada em agro Grano Capital e a agfintech TerraMagna. Em entrevista ao Valor, o CEO da Sparta, Ulisses Nehmi, disse que a gestora deve levantar um outro fundo com o objetivo de financiar o custeio da safrinha de milho.
“A operação alimenta diretamente o motor do nosso país, o agronegócio. Distribuidores terão a oportunidade de ter dinheiro à vista em caixa, sair do risco da operação de Barter, além de aumentar suas vendas e conseguir descontos na compra de insumos”, afirma Bernardo Fabiani, cofundador e CEO da TerraMagna, em nota à imprensa.
Novos produtos
Prova de que o setor vem demandando cada vez mais financiamento é a projeção da startup para este ano. Em 2021, a TerraMagna prevê R$ 500 milhões em antecipação de recebíveis em 2021, quase dez vezes mais que o montante (R$ 53,5 milhões) registrado em 2020.
Além de elevar a capacidade de funding, a startup está desenvolvendo dois novos produtos. Um deles, previsto para a metade do ano, é um produto de crédito pulverizado, sem garantia, usando duplicatas digitais — ao contrário da modalidade hoje usada pela startup, que se baseia numa operação de barter, com emissão de cédula de produto rural (CPR) como garantia.
“Vamos pegar uma fração da safra, e não o colateral. É o outro extremo, não concentrado e sem garantia, do crédito que fazemos hoje”, explicou Fabiani em entrevista recente à Finsiders. A criação do novo produto se encaixa na estratégia de diversificação do funding, caminho que a agfintech começa a trilhar este ano. Além do crédito pulverizado sem garantia, a empresa prevê fazer neste semestre sua primeira operação no modelo Capex.
Fundada em 2017 por Fabiani e os também engenheiros formados no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), João Paulo Torres e Rodrigo Marques, a TerraMagna usa monitoramento via satélite, fontes de dados alternativas e análise por IA para conectar o campo ao mercado de capitais. A empresa não acessa diretamente o produtor rural, e sim atende 50 agroindústrias, revendas e distribuidoras de insumos.
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