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Agora vai! Nesta terça-feira (15), o Inter — que não se intitula mais banco — lançou seu follow-on para levantar até R$ 5,5 bilhões. Foram escolhidos como coordenadores da oferta: Bradesco BBI (líder), BTG Pactual, Bank of America (BofA), Itaú BBA, J.P. Morgan e UBS BB.
A oferta terá a Stone como investidor âncora. No fim de maio, como você já sabe, a adquirente anunciou a compra de uma participação minoritária do Inter, limitada a 4,99%, num acordo de R$ 2,5 bilhões (aproximadamente US$ 471 milhões). A aquisição será feita com recursos próprios e dívida, sem emissão de novas ações.
Segundo o Brazil Journal, o Softbank — que possui 14,2% da empresa — também pretende acompanhar a oferta, o que deve garantir à empresa mais R$ 770 milhões. A oferta deve ser precificada no dia 24, disse o site.
Novas parcerias
Na semana passada, o Inter anunciou uma parceria com a americana Atom Finance, que desenvolveu uma plataforma de investment research e portfolio management para investidores pessoas físicas, conforme antecipou o Finsiders. Os serviços da fintech, fundada em Nova York, plugam recursos que normalmente eram disponibilizados por meio de soluções caras, entre elas, Capital IQ, da S&P, e terminais como Bloomberg.
O acordo com a Atom ocorre num momento aquecido para o mercado de investimentos, na onda do ‘financial deepening’. Ao mesmo tempo em que XP e BTG disputam os agentes autônomos, as plataformas que apostam no modelo 3.0 — entre elas, o próprio Inter, Magnetis, Warren e Vitreo (comprada pelo BTG, só lembrando) — avançam num país em que ainda o desafio é levar a cultura do investimento para a população e, mais do que isso, educação financeira.
No início do mês, o Inter também divulgou o lançamento do crédito pessoal, contratado pelo aplicativo. A modalidade é voltada especialmente para usuários que recebem salário diretamente pelo banco ou têm portabilidade. O prazo de pagamento é de até 30 dias após o fechamento do contrato.
Inter Invest
A instituição mineira, que fechou o primeiro trimestre com lucro de R$ 20,8 milhões, vem evoluindo o seu modelo de negócios de um banco digital para um ecossistema com cinco “avenidas” de negócios: day-to-day banking, investimentos, seguros, marketplace e crédito – que se complementam e se retroalimentam. Por meio desta plataforma, o Inter pretende ter alcance global e conectar todas as empresas do seu grupo econômico.
O banco digital vem num crescimento acelerado de abertura de contas. Nos três primeiros meses do ano, foram abertas mais de 1,7 milhão de novas contas, um ritmo que significa praticamente o dobro em relação ao mesmo período de 2020. Em média, a instituição abriu cerca de 29 mil contas por dia útil de janeiro a março de 2021. Do total de 10,2 milhões de contas digitais no trimestre, 8% (806 mil) são de correntistas PJ e MEIs — o número de contas no segmento mais do que dobrou na comparação anual.
Na plataforma de investimentos Inter Invest, o banco atingiu R$ 52 bilhões em ativos sob custódia (AuC), com expansão anual de 154%, e 1,5 milhão de clientes ativos (crescimento de 149% ano contra ano). Os investidores com ações custodiadas chegaram a 368,6 mil no primeiro trimestre, crescimento de 115,9% na comparação anual. Vale lembrar que, logo no começo do ano, o Inter contratou Felipe Bottino, ex-executivo-chefe da Pi Investimentos (do Santander) e ex-Icatu, para liderar a área.
Em maio, o Inter anunciou também uma parceria com o banco ABC Brasil no mercado de capitais. Enquanto o ABC Brasil vai originar e estruturar operações de debêntures de infraestrutura, crédito privado e de distribuição no segmento institucional, o banco mineiro entrará com toda a sua capilaridade e expertise em crédito imobiliário.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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