Cristiane Ramos*
O avanço exponencial dos processos de transformação digital trouxe novas formas de fazer negócios e potencializou no mercado as famosas startups que, hoje, compõem uma parcela expressiva dos empreendimentos na economia mundial. Dentro desse cenário, as fintechs ganharam espaço e fazem parte da rotina, remodelando serviços financeiros essenciais que, antes, sofriam com a burocracia e morosidade.
Por meio de processos baseados em recursos tecnológicos, a palavra “fintech” em si já explica o ideal por trás dessas empresas, tendo a junção de “financial” (financeiro) com “technology” (tecnologia). Por outro lado, existem processos que envolvem grandes entidades, como Banco Central, por exemplo, que são pouco explorados.
Vale ressaltar que o próprio BC define as fintechs como “empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia”, ressaltando, ainda, o potencial que tais empreendimentos possuem para criar modelos de negócios inovadores. Além disso, o BC também sinaliza que, no Brasil, diferentes categorias de fintechs podem ser mapeadas, envolvendo as de crédito, de pagamento, gestão financeira, financiamento, investimento, empréstimo, entre outras.
A relação com o Banco Central
Em abril de 2018, o BC publicou resoluções importantes para que as fintechs pudessem operar em território nacional, dentre elas a resolução nº 4.656, que estrutura dois tipos de empresas financeiras, sendo elas: Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP) e a Sociedade de Crédito Direto (SCD). Ao iniciar sua vida no mercado financeiro, as fintechs que desejam atuar como SEP ou SCD precisam entrar com um protocolo no Banco Central, obtendo uma licença para se tornar uma instituição financeira com número de banco próprio.
O Banco Central exige que uma fintech seja aberta com capital próprio e plataforma digital e, para tanto, o termo “Bank” é o responsável por identificar os bancos digitais. A permissão concedida pelo BC leva aproximadamente seis meses, considerando o processo de análise e liberação. Finalizando essa etapa, o banco digital passa a operar no mercado financeiro, podendo ofertar todos os serviços, envolvendo empréstimos, financiamentos e consignados, da mesma forma que os bancos tradicionais, porém com mais modernidade e inovações aplicadas na experiência do cliente.
O mercado de adquirência
Companhias que atuam com serviços financeiros, mediando pagamentos realizados em maquininhas de cartões de crédito, fazem parte do chamado “mercado de adquirência”. Embora este mercado se categorize como sendo um ramo complexo, com poucos operadores, mostra sua importância e necessidade para qualquer fintech. As adquirentes, ou credenciadoras, são o principal vínculo entre vendedores, compradores, bandeiras de cartões e bancos.
Nesse sentido, é a tecnologia que tornará a experiência dos lojistas ainda mais rápida e eficiente, ao disponibilizar uma central de atendimento e suporte especializada e experiente, em que se pode atender de forma personalizada o público. Embora façam parte dos negócios que ofertam serviços financeiros, as fintechs são muito mais modernas que bancos tradicionais e a experiência do usuário é elevada constantemente, com recursos disponibilizados por meio de aplicativos, que podem ser acessados tanto em smartphones quanto em computadores.
Por fim, a tendência é que os bancos digitais conquistem cada vez mais espaço, ofertando serviços qualitativos com segurança e agilidade.
*Diretora Comercial e de Marketing da fintech Dank Bank.