O que vem à sua cabeça quando o assunto é pagar dívidas? Ou se planejar financeiramente para alguma emergência? Pois saiba que existe alguém em específico que pode te ajudar a responder a essas e outras perguntas: o planejador financeiro, profissional que tem sido olhado com atenção pelas fintechs.
No mundo todo, o número de profissionais especializados no assunto tem crescido a cada ano. Segundo o Financial Planning Standards Board (FPSB), que gerencia o uso das marcas CFP® (Certified Financial Planner) fora dos Estados Unidos, em 2020, foram certificados 4.658 novos planejadores financeiros no planeta, com um total chegando a mais de 192 mil — no Brasil, são 5.414 profissionais, quinto maior mercado do mundo, de acordo com a Planejar.
Nesse contexto, avançam negócios como a Fiduc, fundada em 2018. A empresa — que atua como uma gestora — possui R$ 465 milhões sob seu guarda-chuva, montante que pode chegar a R$ 1 bilhão até março do ano que vem, nas projeções do CEO e sócio-fundador, Pedro Guimarães. Hoje, a fintech gere quatro fundos (renda fixa, multimercado, ações e previdência), soma 280 planejadores ativos (com expectativa de chegar a mil no ano que vem) e quase 3 mil clientes.
Por meio de um aplicativo, lançado este ano, os clientes conseguem saber, por exemplo, se estão longe ou próximos dos objetivos traçados. Além do acompanhamento das finanças, hoje, 100% dos investimentos são feitos por meio da plataforma. O próprio recrutamento de planejadores também é feito via plataforma digital.
“A Fiduc aposta no B2B2C. O projeto pretende ser gigantesco, é ambicioso. A ideia é literalmente cuidar de pessoas Brasil afora. A tecnologia é condição necessária, mas não suficiente”, conta Guimarães.
Pedro Guimarães, CEO da Fiduc (Foto: Reprodução/LinkedIn)
A regra “cuidar de gente, não vender produto” é, inclusive, requisito básico para integrar o time da Fiduc, de acordo com ele. Além da exigência do CPA, certificação da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a busca por esses profissionais ocorre de três formas: ativa (headhunters que vão atrás dos planejadores), receptiva (ouviu falar da Fiduc em algum lugar e procura saber sobre a empresa) e get member get member (indicação).
Negócios
A fintech também se prepara para a chegada do Open Banking — que teve a sua segunda fase adiada para agosto — elaborando APIs para se plugar a provedores da nova regulamentação. Além disso, a previsão é de que a empresa entre em ‘breakeven’ em setembro deste ano.
Novos projetos também estão no radar da Fiduc, como um clube de benefícios, que hoje já existem em family offices, bem como a criação de um seguro de vida sem corretagem em parceria com a Icatu.
No início deste mês, a fintech lançou um fundo com foco em mercados internacionais, com aplicação mínima inicial de R$ 5 mil. Vários fundos de gestores como UBS e Morgan Stanley, além de ETFs, participam deste movimento.
Mercado
O segmento atendido pela Fiduc conta com outros concorrentes. Dentre eles, está a Vista, que o leitor do Finsiders já conhece. Fundada em setembro do ano passado, conecta planejadores e clientes por meio de uma plataforma digital.
Com modelo diferente, puxam a fila ainda a Life Finanças Pessoais, de André Novais, e a GFAI, fundada por Leanderson Reis, com sua plataforma DashPlan. Vale lembrar a já conhecida Warren, que no ano passado, lançou seu programa de educação e planejamento, o Warren Life.
No Brasil, a N2, de André Barreto, o planejador conta com informação e acesso a um software que irá auxiliá-lo no planejamento de cada cliente. A Plano, por sua vez, também oferece soluções de gestão financeira para pessoas e empresas, além da Meu Patrimônio, de Renan Lima, que tem um foco em planejamento financeiro, mas já está de olho em outros segmentos.
Giovanni Porfírio é jornalista com cinco anos de carreira, foi editor web no Startupi antes de chegar ao Finsiders. Formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós-graduando em Produção e Práticas Jornalísticas na Contemporaneidade na Faculdade Cásper Líbero (FCL), teve passagens, ainda, por RICTV Record Londrina e Folha de Londrina.
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