Cheque em branco: XP levanta US$ 200 milhões em seu primeiro SPAC

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A XP acaba de levantar uma SPAC (Special Purpose Acquisition Company) de US$ 200 milhões. Chamado XPAC Acquisition Corp., com ticker “XPAXU”, começou a ser negociado nesta sexta-feira (30) na Nasdaq.

Comuns no mercado americano, as SPACs são companhias de capital aberto criadas com o propósito específico de realizar aquisições de outras empresas, comprando parte de seu capital. Também são conhecidas como “empresas de cheque em branco”.

A captação da XP foi bem-sucedida, mesmo num momento de desaceleração do mercado de SPACs, com diminuição no ritmo de captação no mercado norte-americano. A oferta foi precificada a um preço de US$ 100 e atraiu uma parcela relevante de investidores locais, segundo matéria do Brazil Journal.

O XPAC tem como objetivo investir em uma empresa no Brasil para abrir seu capital na Nasdaq, preferencialmente nos setores de saúde, serviços financeiros, consumo e varejo, tecnologia e educação.

Gerido pelo time de private equity da XP, a SPAC da XP é liderado por Chu Kong, o head do private equity da casa; Guilherme Teixeira (ex-Vinci) e Fabio Kann (ex-Carlyle). Kong foi o primeiro investidor de private equity a investir na XP, em 2010, como então co-head do fundo britânico Actis.

“Da mesma forma como vem ocorrendo com o nosso fundo de private equity, a XPAC deve se beneficiar da capacidade de originação de negócios oriunda do grupo XP, diferencial único que só é possível pela capilaridade do ecossistema do grupo”, diz Chu Kong, em comunicado.

Segundo ele, em menos de 15 meses, o fundo de private equity da XP avaliou mais de 500 oportunidades de investimento de diversos tamanhos, perfis e estágios de maturação. Vale lembrar que o SPAC não vai competir com o fundo de private equity, uma vez que o fundo investe em empresas de médio porte, em estágio de desenvolvimento mais inicial.

“A XPAC olhará agora para as empresas maiores e mais maduras, em estágio apropriado para uma listagem no mercado de capitais internacional”, disse Guilherme Teixeira. “Estamos confiantes que esta será apenas a primeira de uma série de SPACs da XP. Este é o início da jornada para nos posicionar como o maior e melhor sponsor de SPACs da América Latina”, completou Thiago Maffra, CEO da XP.

No conselho de administração do XPAC, estão nomes como o próprio Chu Kong; Ana Cabral Gardner, ex-head de mercado de capitais Latam do Goldman Sachs e atualmente co-chairman e CSO da Sigma Lithium; Camilo Tedde, CEO da GSK Consumer Healthcare, Denis Pedreira, head da divisão Latam da Naspers e Marcos Peixoto, sócio-gestor da XP Asset.

A oferta teve o Citigroup como coordenador exclusivo. A XP Investimentos atuou como assessor financeiro.

Onda

Este ano, as SPACs movimentaram US$ 116,9 bilhões em 388 deals nos Estados Unidos, segundo a SPAC Research. Em 2020, esse número foi de US$ 83,4 bilhões em 248 operações. Se compararmos com 2019, o crescimento é ainda maior: naquele ano, o volume ficou em US$ 13,6 bilhões, em 59 transações.

Em maio, o Valor Capital levantou US$ 230 milhões para sua SPAC, chamada Valor Latitude Acquisition Corp., negociada na Nasdaq. O veículo busca uma empresa tecnologia na América Latina.

No começo do ano, a Alpha Capital também captou US$ 230 mihões para a sua SPAC, que buscará uma fusão com uma empresa de tecnologia, também com foco em Latam. Engrossam essa lista, ainda, SoftBank e DILA Capital.

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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.

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