Accountfy dobra receita e vai entrar de vez em serviços financeiros

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Em junho, o Accountfy – plataforma SaaS de gestão financeira corporativa – anunciou um complemento à rodada Série A, no valor de US$ 4,5 milhões, conforme revelado pelo Finsiders. Com o cheque, a intenção era iniciar a expansão do negócio para os Estados Unidos. Mas o projeto ainda não foi para frente, embora a empresa já tenha até escritório por lá.

O principal desafio é montar um time local, em meio à disputa de talentos. “Os salários nos EUA estão cada vez mais altos. Montamos o escritório, já estamos vendendo pra lá, mas o maior desafio é ter pessoas”, reconhece o cofundador e CEO, Goldwasser Neto – conhecido como Gold. Ele, inclusive, adiou sua ida para a terra do Tio Sam. “Agora estou me mudando para lá para montar o time.”

Enquanto a operação nos EUA não engata, no Brasil a startup vai de vento em popa, e está terminando com receita 2,5x maior em relação a 2020 e espera, no mínimo, dobrar a receita recorrente em 2022. “O Brasil foi super bem”, define o empreendedor, citando o aumento de vendedores ‘rampados’ – de quatro para 15.

“Entramos janeiro com um time mais forte e robusto”, diz. Com cerca de 200 funcionários, o plano é chegar a 300 até o fim de 2022, com reforço especialmente no time focado na expansão pela América Latina.

Para refrescar a memória do leitor, o Accountfy é uma plataforma no modelo SaaS que automatiza as demonstrações financeiras (DRE, fluxo de caixa e balanço). Na prática, a solução da startup resolve a dor das três principais áreas do departamento financeiro das empresas: controladoria, FP&A (Financial Planning and Analysis) e tesouraria. Esse último módulo será lançado no primeiro semestre do ano que vem, revela o empreendedor.

Nos últimos meses, a empresa incrementou a plataforma, agregando as notas explicativas de balanço e lançando uma versão mais ‘amigável’ do dashboard, assim como um aplicativo, por exemplo.

“Estamos trabalhando no módulo de ‘cash management’, que vai trazer um novo público, os tesoureiros.”

O Accountfy também reforçou a parceria com duas (EY e PwC) das chamadas ‘big four’ – como são conhecidas as quatro maiores empresas de auditoria. Elas atuam tanto como clientes quanto parceiras distribuidoras da solução da startup.

E por falar em novas parcerias, o empreendedor conta que está fechando um acordo para um “projeto grande, com uma grande empresa”, que deve ser divulgado em janeiro. Por questões de contrato, ele não pode ainda dar detalhes. Mas um spoiler: a iniciativa tem potencial de trazer para a base da startup mais 1 mil clientes de porte ‘middle’ e ‘large’ nos primeiros 12 meses. “Esse projeto pode colocar a empresa em outro patamar”, reconhece Gold.

Com 3,5 mil CNPJs na base – grupos econômicos costumam ter diversos CNPJs –, o Accountfy tem cerca de 350 clientes pagantes. Na carteira, estão empresas de diferentes tamanhos, de multinacionais e grandes companhias a negócios de médio porte. Órama, Burger King, Movile e Méliuz são alguns dos exemplos. Além do Brasil, os clientes estão em países como Uruguai, Chile, Colômbia e México.