Na Zak, um SaaS com serviços financeiros para restaurantes

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Quando anunciou um aporte de US$ 15 milhões (cerca de R$ 80 milhões, no câmbio da época), em novembro do ano passado, a Zak deixou claro que uma das principais avenidas de crescimento seria a oferta de produtos e serviços financeiros.

Nada mais natural dado o avanço da tendência do ‘embedded finance’ em diversos setores. Mais natural ainda se levarmos em conta que a startup tem no captable nada menos que David Vélez, fundador e CEO global do Nubank.

Inspirada no modelo da norte-americana Toast, a startup oferece uma plataforma de gestão ‘all-in-one’ para restaurantes. Integrada à frente de caixa (PDV), a solução tem conexão com os principais aplicativos de delivery, mas também oferece um app web de delivery próprio. Além disso, a empresa está testando um produto de fidelidade, com programa de cashback.

O pilar de serviços financeiros, por enquanto, tem maquininha de cartões e antecipação de recebíveis, mas a oferta será ampliada com mais produtos, como cartão de crédito e outras linhas – um plano que ganhará força no ano que vem.

“O sonho grande aqui é ser um ‘embedded finance’, mas estamos plantando essas sementes”, diz Andres Andrade, cofundador e co-CEO da Zak, ao Finsiders.

Para encurtar o caminho, a Zak comprou a subadquirente StarPay. “Compramos a casca, a licença, para tornar o ‘go to market’ mais rápido”, explica o empreendedor. “Nossa indústria é bem particular, e precisa de muito foco.”

Atualmente com mais de 1 milhão de transações processadas por mês, a Zak prevê chegar ao final deste ano com um TPV (volume total de pagamentos) de cerca de R$ 350 milhões/mês, revela o empreendedor.

Quando fala de “plantar sementes”, Andres está se referindo à distribuição das soluções da Zak para uma base maior de estabelecimentos em outras cidades brasileiras, além da capital paulista. Hoje, a plataforma construída pela startup está presente em mais de 500 restaurantes em São Paulo, incluindo nomes como Ráscal, Z. Deli e Le Jazz Brasserie.

Até o ano que vem, a meta é dobrar a base de clientes em 10 cidades brasileiras, chegando a 10 mil restaurantes até 2025. “Vamos fazer o ‘arroz com feijão’ neste ano. Estamos mais focados em distribuição do que em aumentar a complexidade de produtos financeiros. E ano que vem, sim, é de expansão em serviços financeiros, já com a base robusta e diversificada”, conta Andres.

Trajetória

A história da Zak começa em 2018 com a criação da Mimic, uma startup que cuidava da gestão do delivery dos restaurantes, incluindo a operação das chamadas dark kitchens. O negócio foi impactado pela pandemia e o caminho foi fazer um spin-off, dando origem à Zak. “Com a covid, decidimos verticalizar a proposta para uma tecnologia, um SaaS, junto com ‘embedded finance’”, explica Andres.

A Mimic, por sua vez, anunciou em dezembro último uma fusão com a Garden Brands, criando uma holding chamada Eatopia. Jean Paul Maroun segue na Mimic, enquanto os fundadores da Zak deixaram o negócio.