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Por Marilyn Hahn*, com exclusividade para o Finsiders
Ir ao banco ou à lotérica para pagar boletos e movimentar a conta é um velho hábito dos brasileiros. Mas trata-se de uma iniciativa em extinção. Hoje as movimentações financeiras podem ser feitas, literalmente, em qualquer lugar: no aplicativo do smartphone, no caixa do supermercado ou até na plataforma da empresa onde trabalha. Isso ocorre graças a um movimento que ganhou força nos últimos anos, e certamente vai se estender a todas as áreas: o banking as a service (BaaS).
A proposta vai muito além dos serviços financeiros e está se tornando uma ferramenta essencial para todas as organizações que desejam ampliar o relacionamento com os clientes.
Para se ter uma ideia, um estudo da Bain Capital Ventures indica que, apenas nos Estados Unidos, a incorporação de serviços financeiros e bancários em outros setores deve movimentar incríveis US$ 3,6 trilhões nos próximos dez anos.
Aqui, no Brasil, esse nicho também está em alta. A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2021 indica um aumento de 90% em contas abertas em canais digitais em relação ao ano anterior. Ou seja, as pessoas estão cada vez mais on-line e buscam soluções rápidas e práticas para lidar com seu dinheiro.
É importante relembrar o que significa BaaS. De forma resumida, são soluções tecnológicas que permitem a qualquer empresa oferecer e/ou disponibilizar serviços financeiros a seus públicos, como contas digitais, cartões, pagamentos de contas, entre outros.
Entretanto, mais do que o simples significado, o que vale aqui é entender o propósito que está por trás desse conceito. Com ele, cada organização pode se tornar uma fintech, ainda que as finanças não sejam a atividade principal do negócio. Dessa forma, abre-se um novo leque de oportunidades tanto em termos de receitas quanto de aproximação com os consumidores.
Isso porque, atualmente, um dos principais desafios das empresas, independentemente do setor de atuação, é justamente estender o período de relacionamento com seus clientes. É aqui que entra a possibilidade de incluir os serviços financeiros.
O varejo já descobriu essa necessidade há muito tempo – não à toa, oferece cartões da loja com condições especiais como uma estratégia eficiente de relacionamento. Mas isso é válido para todos. Uma empresa de energia elétrica, por exemplo, pode criar contas digitais para facilitar o pagamento, inclusive criando prêmios e recompensas, como o cashback.
Possibilidades do BaaS são inúmeras
É um movimento natural, que começou timidamente há alguns anos. A proposta do BaaS, pelo menos em seu início aqui, no Brasil, ficava restrito às empresas, que de certa forma já lidavam com serviços financeiros e precisavam de um apoio tecnológico para desenvolverem novos produtos e soluções.
Agora, a situação se inverteu, felizmente. Mais e mais organizações começam a incluir em seus planejamentos a possibilidade de se tornarem fintechs algum dia. Acredite: é um caminho natural. Quem quiser se destacar precisa cedo ou tarde desenvolver projetos que combinem com finanças – até para ter uma nova fonte de receitas no futuro.
O BaaS abre portas que a maioria dos gestores e empresários desconhecia. Os produtos financeiros, quando bem utilizados, planejados, e claro, incorporados no dia a dia do negócio atendem a outras funcionalidades além daquelas que foram desenhadas para desempenhar.
Uma conta digital, um pagamento na plataforma, ou um cartão pré-pago podem ser as possibilidades que faltavam para a empresa cativar seus consumidores, oferecendo alternativas para problemas reais que eles costumam enfrentar.
*Marilyn Hahn é cofundadora e COO do Bankly, solução de banking as a service (BaaS) do Grupo Méliuz.
As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado, e não a do Finsiders.
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Conteúdos produzidos por jornalistas do Finsiders e artigos exclusivos de executivos e especialistas no setor financeiro
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