A Alpop, fintech com foco em inclusão de pessoas no mercado formal de locação de imóveis — e uma das vencedoras do Prêmio FIDinsiders 2022 –, acaba de levantar R$ 7 milhões em uma rodada seed liderada pela Smart Money Ventures e pelo K-Pool, grupo de investidores liderado por Fábio Póvoa e Cesar Bertini.
Participaram da captação, ainda, a empresa de administração condominial Lello, o fundo de micro venture capital Caju Capital Social e o investidor-anjo Lucas Vargas, ex-Grupo ZAP e atual CEO da Nomad.
É o primeiro cheque recebido pela Alpop, fundada em 2017 em Campinas e em operação desde 2020. O objetivo maior, diz em nota o fundador e CEO Caio Belazzi, é ser “a maior casa de crédito popular da América Latina”, começando com a atuação imobiliária.
Pelo modelo da startup, a imobiliária continua cuidando da captação de locadores e locatários, dos contratos e das vistorias, enquanto a gestão financeira dos aluguéis das famílias de baixa renda fica com a Alpop.
Para fazer isso, a empresa desenvolveu um algoritmo de avaliação financeira que considera 22 parâmetros alternativos aos habitualmente utilizados para a concessão de crédito. Uma tecnologia mantida em segredo, diz a startup.
A fintech cobra um percentual que varia de 5% a 12% do valor do pacote, conforme perfil, e também protege o repasse mensal dos aluguéis às imobiliárias e locadores, mesmo que os inquilinos não tenham quitado naquele mês.
Na mira da Alpop estão, nas contas da fintech, quase 100 milhões de brasileiros, entre negativados, trabalhadores informais, autônomos ou estudantes que não têm histórico de deixar de pagar aluguel, mas não conseguem comprovar renda pelo modelo tradicional das imobiliárias.
Em outras palavras, o argumento central da plataforma é que milhões de brasileiros são deixados de fora do mercado de locação formal, enquanto milhares de imobiliárias deixam de captar clientes e capturar receita de aluguéis.
“A Alpop ataca essa questão de forma frontal”, explica o fundador. “Com este aporte, conexões e suporte integrado da Smart Money Ventures, a gente se abre agora para outro nível de aceleração, com possibilidade de um impacto altamente escalável. Nosso objetivo é um dia ser a maior casa de crédito popular da América Latina, partindo dessa atuação imobiliária.”
Atualmente, a fintech soma mais de 1,6 mil contratos ativos com cerca de 130 imobiliárias em 70 municípios de 20 Estados brasileiros, das cinco regiões do país. O maior mercado é São Paulo, mas o interior do Brasil está na mira, informa a empresa.
Com crescimento de 15% a 20% por mês, a expectativa da Alpop é atingir neste ano um volume de R$ 5 milhões mensais que circulam pela plataforma — somente em maio, foram cerca de R$ 2 milhões. Em um ano e meio, a projeção é chegar a R$ 15 milhões/mês.
Contexto de mercado
De acordo com mapeamento recente feito pela Terracotta Ventures, empresa de Venture Capital com foco em construtechs e proptechs, são 955 startups ativas atuando em todo o ciclo de projetos, construção, aquisição e propriedades em uso. A Alpop é uma delas.
Entre maio de 2021 e maio de 2022, foram aportados R$ 5,83 bilhões em proptechs e construtechs num total de 67 rodadas de investimento, segundo o levantamento.
Com soluções financeiras, não faltam exemplos. Um deles é a CredPago, comprada no ano passado pela Loft. Com modelo distinto, outro caso é a CashGO, que oferece antecipação de aluguel para proprietários de imóveis, com prazo de até 18 meses, e também atua em parcerias com as imobiliárias. O negócio já atraiu ex-CEOs de bancos como investidores, conforme o Finsiders noticiou em primeira mão em março.
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