O volume de investimento anjo em startups recuou 20% em 2020 no Brasil, para R$ 856 milhões, em relação a 2019. E é apenas 0,70% do que é investido em startups nos Estados Unidos (mais de US$ 25,3 bilhões).
Os dados são de uma pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta o investimento anjo e apoia o empreendedorismo inovador no país. O lado bom é que a expectativa para este ano é de recuperação para os níveis de 2019, com crescimento de 15%.
O levantamento mostra que grande parte dos investidores alocaram dinheiro em startups de agricultura (46,3%) educação (40,7%) e fintechs (40,2%). A lanterninha ficou com a área de turismo, que conquistou apenas 10% do montante investido.
Entre os modelos de negócios, destaque para o B2B, B2C, B2B2C e, um nicho considerado promissor na pesquisa, o B2P, negócios com o poder público. Tanto o B2P quanto o de serviços prometem movimentar o setor de startups. Mas, segundo os especialistas presentes na live, realizada na noite de quinta-feira, o Brasil tem um potencial muito grande – apesar de enfrentar muitos desafios.
O presidente e fundador da Anjos do Brasil, Cassio Spina, disse que apesar da perspectiva de recuperação para 2021, infelizmente o volume é insuficiente para apoiar o aumento de startups que estão surgindo. Segundo ele, o investimento em startups precisa de estímulo e apoio para crescer e atingir todo seu potencial, que ele estima em R$ 12 bilhões ao ano.
“Considerando que o Marco Legal das Startups não trouxe os avanços necessários, é fundamental que o Congresso retome a matéria e possibilite a equiparação de tratamento tributário entre o investimento em startups e investimentos incentivados; no curto prazo esperamos que derrubem o veto ao Art. 7 que pelo menos permitia a compensação de perdas com ganhos”, disse Spina, durante apresentação há pouco do resultado da pesquisa.