Por Thiago Scalone*, para o Finsiders
O mercado de pagamentos no Brasil vem passando por mudanças constantes nos últimos anos. A mais recente delas envolve uma tendência crescente de pagamentos sem contato no comércio, através da tecnologia NFC (Near Field Communication). Com essa forma de pagamento, é comum que os clientes simplesmente aproximem o celular de um terminal de pagamentos ou maquininha para finalizar uma compra em poucos segundos.
O uso de smartphones, principalmente Android com carteiras digitais, sem a necessidade de um cartão de crédito ou débito na mão, explodiu ao longo dos últimos anos e vem transformando a maneira de comprar presencialmente. De acordo com um estudo do Serasa Experian, cerca de 70% das pessoas no Brasil utilizaram as carteiras digitais nos últimos seis meses. Mas vale ressaltar que a tecnologia também está presente em cartões e smartwatches.
É por essa razão que o pagamento via NFC cresceu 474% no país no primeiro trimestre de 2022, de acordo com a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços). A projeção é de crescimento contínuo no uso dessa tecnologia, podendo movimentar R$ 3,2 trilhões ao longo do ano.
É um número significativo que faz todo o sentido quando pensamos que o volume de smartphones no Brasil é de 242 milhões, segundo levantamento da FGV neste ano. Cabe informar que o país tem pouco mais de 214 milhões de habitantes, de acordo com o IBGE, o que dá pouco mais de 1 aparelho por pessoa.
O que é o pagamento via NFC?
A tecnologia NFC (comunicação por campo de aproximação, em português) é a que possibilita o pagamento por aproximação entre dispositivos, enviando os dados de um cartão de crédito ou débito sem a necessidade de contato físico. Usando a mesma tecnologia de pagamentos por chip (EMV), o celular, cartão ou smartwatch se comunica com o leitor de pagamento por uma frequência de rádio específica quando estão próximos – geralmente 10 centímetros ou um pouco menos.
As vantagens de usar um smartphone, por exemplo, como a própria carteira são atraentes: é fácil de transportar e está sempre por perto, pode ser usado em praticamente qualquer lugar, já que muitos terminais de pagamento são compatíveis com NFC, e é muito mais seguro do que passar cartão de tarja magnética — ao pagar por aproximação, os dados de pagamento não são expostos e essas informações são criptografadas.
Portanto, não foi por acaso que a Mastercard, uma das maiores bandeiras de cartões do mundo, anunciou há pouco mais de um ano que, a partir de 2029, vai deixar de produzir cartões de crédito e débito com tarja — bastante tempo para uma tecnologia que surgiu na década de 1960!
Uma tecnologia naturalmente mais sustentável
Além disso, transações por meio de pagamentos digitais, como a tecnologia NFC, são muito mais sustentáveis e melhores para o planeta Terra porque só é necessário ter um smartphone. Ou seja, sem novos processos de fabricação — seja de cartões ou de maquininhas — nem mais emissões de carbono. E, claro, menos lixo eletrônico no mundo.
Com toda a aceitação dos usuários em relação aos pagamentos por aproximação, é natural que algumas das principais empresas do setor apresentem suas soluções aos empreendedores. Recentemente a InfinitePay lançou o InfiniteTap. O novo produto da empresa chega para transformar celulares Android com NFC em maquininhas completas, facilitando transações de venda e conferindo mais rapidez, facilidade, segurança e conveniência, contando com as melhores taxas.
Umas das principais vantagens de usar o celular como terminal de pagamento é o menor risco envolvido em comparação com cartões de tarja ou e-commerce. Por ser uma venda cartão presente, o adquirente consegue operar com as mesmas taxas — de qualquer terminal comum — para o lojista.
Ou seja, transações de pagamento com um smartphone é uma nova realidade mais acessível e cheia de futuras possibilidades. É um bom momento para que os varejistas criem experiências de compra criativas e que facilitem a jornada de compra de seus clientes.
*Thiago Scalone é CTO da CloudWalk, fintech de pagamento dona da InfinitePay.
As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado. O Finsiders não se responsabiliza pelas informações apresentadas pelo autor do texto.
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