Após adiamento, começa nesta quarta-feira (1º) a implementação da segunda fase do Open Insurance, que vai até julho deste ano e prevê o compartilhamento de dados pessoais, como cadastro de clientes e seus representantes e movimentações dos clientes relacionadas a produtos.
Inicialmente, serão compartilhados dados cadastrais e dados de seguro residencial, explica Thiago Barata, coordenador-geral de projetos da Superintendência de Seguros Privados (Susep), em nota.
Segundo ele, com a abertura de dados do cliente, a partir do consentimento para que isso ocorra, poderão ser desenvolvidos produtos cada vez mais assertivos às necessidades e riscos das pessoas. “A partir de agora, com estes dados, as companhias terão condição de desenvolver novas ferramentas e oferecer mais soluções aos clientes.”
Assim como o Open Banking liderado pelo Banco Central (BC), o Open Insurance é dividido em fases — são três grandes etapas para a implementação do sistema. Na fase 1, já finalizada, há o compartilhamento de dados públicos sobre canais de atendimento e produtos de seguro, previdência complementar aberta e capitalização disponíveis para comercialização.
A fase 2, de compartilhamento de dados pessoais, inicia-se agora e vai até julho de 2023, quando os dados relativos aos últimos produtos poderão ser compartilhados. Por fim, a fase 3 está prevista para começar nos próximos meses e incluirá a iniciação de serviços por meio do ecossistema.
Interoperabilidade
Como é sabido pelo mercado, a integração do Open Insurance com o Open Banking resulta no Open Finance, ecossistema no qual se unem as informações de seguros e bancárias do indivíduo, com o objetivo de permitir, por exemplo, a criação de produtos mais adequados e um transacional muito mais assertivo e facilitado ao usuário final.
A Resolução Conjunta nº 5/2022, que dispõe sobre a interoperabilidade no Open Finance, foi definida em trabalho conjunto pela Susep e pelo Banco Central do Brasil e aprovada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Monetário Nacional (CMN).
Essa interoperabilidade permitirá o compartilhamento padronizado de dados, mediante consentimento do cliente, de forma segura, ágil e precisa, entre bancos, instituições de pagamento, cooperativas de crédito, sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência complementar, sociedades de capitalizações e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC e pela Susep.
Desafios
Apesar da implementação começar a andar, os efeitos do Open Insurance só começarão a ser sentidos a partir de 2025, conforme pesquisa recente feita pela consultoria Capgemini em parceria com o consultor Francisco Galiza.
Ainda assim, para a maioria dos entrevistados, o Open Insurance irá gerar novos produtos (77%) e atrairá novas seguradoras (73%), assim como vai permitir uma distribuição mais diversificada (74%) de produtos. Por outro lado, oito em cada dez (79%) dos executivos acreditam que o lucro das empresas no setor não vai cair.
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