O que esperar do Open Finance e Open Insurance em 2023

A regulação e autorregulação do Open Finance e Open Insurance vão evoluir, escreve Rogerio Melfi, gerente de Open Finance na TecBan

Por Rogerio Melfi*, exclusivo para o Finsiders
O mercado de Open Finance e Open Insurance no Brasil está em constante evolução e embora não possamos prever exatamente o que o futuro reserva, podemos esperar e devemos ficar atentos a alguns pontos interessantes neste novo ano.

1. Evolução da regulamentação

A regulação e autorregulação do Open Finance e Open Insurance vão evoluir. Podemos esperar novas versões do manual de APIs, progresso dos normativos e até mesmo a definição de um novo cronograma, para funcionalidades ainda ausentes. Além disso, no último ano, tivemos a mudança da nomenclatura de Open Banking para Open Finance, diversas evoluções do Open Finance e o início do Open Insurance. E agora em 2023, teremos o início da interoperabilidade entre os dois sistemas e maior conformidade com a ISO 20022.

2. Adoção de análise de dados e IA

É provável que vejamos o setor financeiro adotar novas tecnologias, como inteligência artificial (IA) e análise de dados, para melhorar a eficiência e a segurança dos serviços financeiros. Por exemplo, algumas fintechs no Brasil já estão utilizando IA para oferecer sugestões de investimentos personalizadas aos clientes, o que pode ajudar a aumentar a satisfação deles e a fidelidade. Além disso, a análise de dados permite que as empresas possam detectar fraudes mais rapidamente e a tomar decisões mais bem informadas. Assim, teremos muitas instituições com a oferta de PFMs (gerenciadores financeiros) aos seus clientes, para capturar e analisar dados.

Rogerio Melfi, gerente de Open Finance na TecBan. Foto: Divulgação
Rogerio Melfi, gerente de Open Finance na TecBan. Foto: Divulgação
3. Pagar com Open Finance

Um aumento no número de ITPs e maior oferta de iniciação de pagamentos será muito provável em 2023, e os casos de uso que estão em produção devem ganhar cada vez mais relevância, de maneira que, pagar com Open Finance deve ser cada vez mais comum no dia a dia do brasileiro. De acordo com a regulação do Banco Central (BC), teremos este pagamento também de forma recorrente e com a possibilidade de valor variável, possibilitando experiências fluídas para o consumo de serviços.

4. Maior integração de serviços financeiros

É provável que vejamos a integração de serviços financeiros de diferentes empresas, como bancos, fintechs e empresas de varejo. Isso permitirá que os consumidores tenham acesso a uma ampla gama de funcionalidades financeiras em uma única plataforma, o que pode ser mais conveniente e eficiente. Por exemplo, algumas companhias já oferecem cartões de crédito que concedem aos usuários a possibilidade de escolher entre diferentes redes de bancos e fintechs para obter as melhores taxas e benefícios. Isso pode ser uma ótima opção para os consumidores que buscam mais flexibilidade e opções.

5. Além da regulação

As oportunidades de parcerias e negócios além da regulação ainda ficaram pouco exploradas. Na verdade, ainda dentro da regulamentação vejo poucos casos de “acordos bilaterais”, que também devem ser explorados neste novo ano. A entrada dos bancos e fintechs na “economia de APIs”, publicando novos serviços financeiros e não financeiros, vai fomentar um novo ecossistema de Open Finance e Open Insurance além da regulação. Aqui, os destaques são para soluções que facilitem as instituições irem além disso, sem comprometer as demais prioridades.

Com as tendências apontadas aqui, é notório que os setores de Open Finance e Open Insurance estão se preparando para um horizonte ainda mais promissor no país. É importante ficar atento às novidades e estar preparado para aproveitar as oportunidades que devem surgir.

*Rogerio Melfi é gerente de Open Finance na TecBan.

As opiniões neste espaço refletem a visão dos especialistas e executivos de mercado. O Finsiders não se responsabiliza pelas informações apresentadas pelo autor do texto.

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