Uma pesquisa divulgada nesta semana pela consultoria global EY mostrou que 36% das 5,9 mil pequenas e médias empresas já consideram trocar seus bancos por fintechs e Big Techs. Segundo a EY, essas empresas sofreram duramente o impacto da pandemia e para sobreviver, precisaram acelerar sua digitalização – agora, esperam o mesmo dos seus prestadores de serviços financeiros.
O levantamento revelou, por exemplo, que mais da metade (53%) das PMEs consideram importante que a instituição financeira entregue uma experiência digital descomplicada e/ou uma plataforma self-service, facilitando e trazendo agilidade aos processos. Além disso, 68% delas estão buscando gerenciar o máximo de demanda possível através de um canal digital unificado.
Mais de um terço (38%) das PMEs ouvidas desejam mais agilidade dos bancos – 25% delas até pagariam por um acesso mais rápido às soluções. A grande maioria (82%) concorda em fornecer informações para o principal fornecedor de serviços financeiros (bancos, fintechs ou bigtechs).
Com a pressão da competição por parte das big techs, os bancos que não colocarem o consumidor no centro, e nem apresentarem produtos que ajudem no processo estratégico da evolução das PMEs, tendem a perder market share.
Ou seja: os que não construírem a própria plataforma de infraestrutura mais completa, que envolva não somente soluções de crédito, mas que auxilie no processo macro de desenvolvimento das PMEs, provavelmente terão que optar por plataformas de terceiros, perdendo uma nova oportunidade de receita.
Impacto generalizado
O estudo mostrou que a pandemia impactou de forma extremamente negativa 21% das empresas, 26% foram afetas de forma moderadamente negativa, 28% levemente negativa, 10% sem impacto, 8% tiveram impacto positivo leve, 4% positivo moderado e 3% extremamente positivo. No geral, 75% foram impactadas negativamente, e apenas 15% registraram algo positivo. A receita, margem de lucro e volume de vendas das pequenas e médias empresas foram os itens que sofreram o maior impacto.
Acompanhe a seguir outros insights da pesquisa.
1 Onboarding simplificado e humanizado
Mesmo com as estratégias complementares sendo desenvolvidas, as básicas não podem ser esquecidas. Uma delas é o onboarding, o processo de “embarque” à plataforma. O artigo demonstra o interesse das empresas em um processo simplificado e eficiente (sem preferência por online ou offline, com interação humana, transparência, velocidade e automação), análise rápida e transparente de crédito, transações de baixo custo, o mais próximo de tempo real possível.
2 Velocidade na análise de crédito
Quase 50% das PMEs consultadas sinalizaram que gostariam de acesso mais rápido ao crédito. Essa velocidade ajudaria mais no suporte, acelerando os processos de recuperação e crescimento – é o que 62% das empresas acreditam.
3 Personalização e flexibilidade
Antecipar necessidades e entender melhor o comportamento e momento do ciclo de vida de cada empresa se mostraram cruciais nesse processo de adequação. Para entregar a agilidade solicitada pelas empresas, os bancos precisam cada vez mais adotar tecnologias e automações através de análises de dados e uso de Inteligência Artificial.
“No processo de digitalização, é crucial que os bancos criem estratégias mais específicas para cada setor e para cada estágio do ciclo de vida de cada uma, respectivamente. Dessa forma, além de resolver as dores dos clientes, ainda vão gerar mais valor nas interações”, diz o estudo.
Sete tendências para o futuro do relacionamento dos bancos com as PMEs
Na visão da EY as principais ações que precisam ser realizadas, por parte do setor bancário, para se aproximar das necessidades das PMEs são:
- Reforma da segmentação tradicional de clientes;
- Uso de dados para fornecer conselhos corporativos em tempo real;
- Criação/desenvolvimento de plataformas que forneçam multissoluções e multicanais de serviços;
- Novos modelos de cobrança de taxas;
- Fornecimento de serviços integrados;
- Guia de soluções e auxilio para enquadramento na agenda ESG (Enviromental, Social and Governance)