A Nium, fintech de pagamentos cross-border em tempo real fundada em Singapura, acaba de anunciar a entrada no Brasil. O desembarque por aqui ocorre em parceria com a corretora OZ Câmbio. O objetivo é atrair as pequenas e médias empresas (PMEs). Pela proposta, a OZ Câmbio vai utilizar a infraestrutura global de pagamentos da Nium para que as companhias nacionais possam realizar transferências em mercados da Ásia, Estados Unidos e Reino Unido.
A plataforma de transações internacionais se coloca como uma solução de câmbio para operações de importação e exportação, desenvolvedores e profissionais de TI que trabalham para empresas estrangeiras e para empresas com extensas folhas de pagamento no exterior.
Hoje, sua rede de pagamentos suporta 100 moedas em mais de 190 países, sendo 100 em tempo real. Os recursos podem ser desembolsados em contas, carteiras digitais e cartões e coletados localmente em 35 mercados.
“Com forças combinadas, Nium e OZ estão revolucionando as trilhas globais de câmbio. Não apenas aceleramos a velocidade das transferências, de dois a três dias úteis para apenas duas horas ou menos, como também temos proporcionado uma transformação nos níveis de transparência, rastreabilidade e conformidade automatizada”, afirmou Christina Hutchinson, vice-presidente de desenvolvimento de négocios para a América Latina da Nium, em comunicado.
De olho nas PMEs
A plataforma permite fazer pagamentos com Pix, TED, cartão de crédito, débito ou boleto. E pode, ainda, ser utilizada por outros parceiros de negócios, como agentes autônomos de investimento (AAI), fintechs e instituições financeiras.
Ao focar nas PMEs, a colaboração encontra espaço para avançar. Isso porque o Brasil tem hoje 21,7 milhões de empresas ativas, sendo que 93,5% são pequenas e médias, de acordo com o boletim “Mapa de Empresas”, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Segundo as companhias, o objetivo é expandir a plataforma para mais países.
“Com a nossa parceria, a Nium oferece aos nossos clientes uma nova linha de pagamentos que reduz muito o tempo, a complexidade e o custo da realização de negócios globais”, afirmou o CEO da OZ, Rodrigo Xavier, no comunicado. “Um de nossos maiores segmentos de negócios hoje, importadores brasileiros que fazem negócios com exportadores de gigantes asiáticos como China e Hong Kong, agora poderão fazer negócios quase instantaneamente e com muito mais economia.”
Ainda de acordo com as companhias, a solução viabiliza as operações a um custo de 30% sobre o valor total das transações no tradicional SWIFT. Além disso, as operações ganham velocidade — saem de um prazo que variava entre dois a três dias úteis para duas horas ou menos.
Contexto
Fundada por Michael Bermingham, Prajit Nanu e Pratik Gandhi em 2015, em Singapura, como Instarem, a Nium se tornou um unicórnio em julho de 2021, quando levantou US$ 200 milhões em uma Série D. De acordo com o Crunchbase, a fintech já captou US$ 288 milhões e tem investidores como Visa, MDI Ventures, Vertex Ventures, Riverwood Capital e Atinum Investment.
A OZ, por sua vez, nasceu há mais de duas décadas e oferece soluções de câmbio para pessoas físicas e empresas. A corretora faz parte do Grupo OZ, que inclui uma instituição de pagamento, a Xavi Pay.
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