No cenário empresarial brasileiro, as pequenas e médias empresas (PMEs) desempenham um papel vital na economia, representando uma parcela significativa das atividades comerciais. No entanto, apesar de sua importância, muitas dessas empresas enfrentam desafios financeiros que podem impactar seu crescimento e sucesso contínuo.
Por exemplo, o Indicador de Inadimplência das Empresas, da Serasa Experian, apontou que em maio 6,5 milhões de empresas estavam inadimplentes no Brasil, totalizando R$ 116,2 bilhões em dívidas, com uma média de sete compromissos vencidos.
Uma abordagem inovadora e que está se mostrando uma solução eficaz para essas dificuldades é a gestão dos gastos corporativos ou “spend management” em inglês. Para além do monitoramento de gastos, o conceito envolve otimizar os recursos com o objetivo de respeitar o orçamento disponível, mas principalmente, evitar o desperdício ao tomar decisões financeiras com base em dados.
Nesse sentido, a tecnologia tem se transformado em uma aliada para uma melhor gestão. O mercado já conta com softwares de gestão de gastos corporativos. Eles possuem ferramentas digitais projetadas para auxiliar as organizações a monitorar, registrar, categorizar e controlar suas despesas financeiras.
Esta tecnologia permite aos usuários, então, acompanhar de forma eficiente os gastos, simplificando o processo de rastreamento e análise dos custos e despesas incorridas ao longo do tempo. Isso inclui recursos como a captura de recibos, integração com contas bancárias e cartões de crédito, e a criação de relatórios detalhados.
Insights
Além de facilitar um trabalho antes feito via planilhas, os softwares de gestão de gastos corporativos facilitam o planejamento financeiro. Oferecem insights valiosos para otimização de custos, detecção de tendências de despesas e conformidade com políticas de reembolso, quando aplicável.
Para empresas em crescimento, essa gestão pode definir em que lado da estatística as PMEs estarão: se entre as que mais crescem ou entre os 60% que morrem antes de cinco anos por falta de planejamento e capital de risco, segundo dados do IBGE.
Nos últimos dois anos, o número de empresas em dificuldades financeiras a caminho da falência saltou 80% no Brasil entre janeiro de 2021 e o mesmo mês de 2023, segundo dados da Serasa Experian. Realizar essa gestão por meio da tecnologia tem sido a forma mais eficiente de chegar a melhores resultados. Isso porque elas integram os meios de pagamento como Pix e cartões corporativos, o que simplifica os processos de gestão para estas empresas.
Os principais benefícios são a economia de tempo e recursos; melhor visibilidade financeira; redução de erros humanos na contabilidade; maior controle e visão 360 das finanças corporativas, agilidade e tomada de decisões orientada por dados, o que reduz as chances de erros estratégicos.
À medida que a tecnologia e as práticas de gestão de gastos corporativos evoluem, a transformação potencial para as PMEs brasileiras é inegável. Mais do que uma tendência passageira; a gestão de gastos corporativos ou “spend management” é uma abordagem essencial para impulsionar o sucesso financeiro das PMEs brasileiras. Ao adotar essa prática inovadora, as empresas enfrentarão os desafios do cenário empresarial com confiança, promovendo um crescimento saudável e duradouro.
*Gonzalo Parejo é CEO e cofundador da Kamino, fintech de soluções para gestão financeira.
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