A agenda de crescimento inorgânico da B3 continua a todo o vapor. A bolsa brasileira anunciou nesta quarta-feira (11) um acordo para adquirir uma fatia minoritária na MBOCHIP, empresa de tecnologia de telas de negociação eletrônica fundada em Porto Alegre (RS). Conforme a B3, a transação envolve um investimento inicial de R$ 10 milhões. O tamanho da participação, porém, não foi revelado.
Com o negócio, a B3 prevê disponibilizar a seus clientes novas funcionalidades, ultrabaixa latência, suporte especializado, agilidade no atendimento e evolução constante no roadmap de produtos. A MBO, por sua vez, passa a contar com maior alcance e base de clientes ampliada pelo acordo com a bolsa. A operação da startup segue independente.
Fundada em 2009, a MBO é uma ‘deep tech’ que há 11 anos tem suas atenções voltadas para o mercado de capitais. A companhia oferece soluções em FPGA (sigla em inglês para arranjo de porta programável em campo). Em outras palavras, trata-se de um chip programável que permite acelerar a execução de algoritmos. A tecnologia de ultrabaixa latência está presente no SiliconTrader, a plataforma de negociação eletrônica da empresa para clientes institucionais.
“A parceria com a MBO, além de ampliar nossa presença na oferta de soluções para clientes institucionais, nos permite avançar no desenvolvimento de soluções de tecnologia para o mercado de capitais”, diz Mario Palhares, vice-presidente de operações e CCP (câmaras de compensação) da B3, em comunicado à imprensa.
Movimentações
Em sua agenda de modernização de sistemas e plataformas, uma das estratégias da B3 é o movimento inorgânico. A infraestrutura de mercado financeiro também vem anunciando colaborações em diferentes frentes.
Para o desenvolvimento de uma nova depositária, por exemplo, a empresa anunciou, em março, um aporte na startup sueca Vermiculus, por meio do fundo L4 Venture Builder. Já em julho, a B3 divulgou uma parceria com a Nasdaq para desenvolver uma nova plataforma de clearing.
Além da Vermiculus, o L4 já realizou aportes em empresas como Parfin, de infraestrutura web3, e Bridgwise, que usa inteligência artificial para gerar relatórios de pesquisa e recomendações sobre ativos de mais de 44 mil empresas de capital aberto no mundo.
E teve mais…
Na semana passada, aliás, o fundo comunicou a criação da bolsa de comercialização de energia N5X, fruto de uma joint-venture com a Nodal, empresa do grupo EEX, que é controlado pela Deutsche Börse. O site parceiro Startups deu mais detalhes sobre o negócio.
Ainda na frente de M&A, a B3 comprou as empresas de tecnologia Neurotech, Neoway e Datastock. Além disso, vale lembrar, a bolsa brasileira tem uma JV com a Totvs, a Dimensa — ela, inclusive, já “abriu a carteira” e fez quatro aquisições.
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