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Startups brasileiras recebem mais de US$ 2 bi no primeiro trimestre e fintechs ficam com a metade, segundo a Distrito

Nos três primeiros meses do ano, o ecossistema brasileiros de startups recebeu US$ 2,04 bilhões de aportes em 167 transações, alta de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o volume captado foi de US$ 1,96 bilhão em 200 negócios.

As fintechs ficaram com pouco mais da metade do valor no trimestre: US$ 1,03 bilhão (resultado de US$ 319 milhões em janeiro, US$ 567 milhões em fevereiro e US$ 142 milhões em março). Mas as fintechs lideraram os negócios de fusões e aquisições: foram fechados 26 acordos em março, com destaque para a compra do aplicativo de condomínios NokNox pelo QuintoAndar e para a aquisição da plataforma de exchanges Wuzu pela 2TM, controladora do Mercado Bitcoin.

Só em março, as empresas de tecnologia do País levantaram US$ 462 milhões ao longo de 70 rodadas de investimento – no mesmo mês de 2021, o montante foi de US$ 958 milhões, em 81 rodadas. Os números fazem parte da mais recente edição do Inside Venture Capital, produzido pela plataforma de transformação digital Distrito, em parceria com o Bexs Banco, pioneiro em soluções digitais de câmbio.  

Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, os resultados atestam o amadurecimento do mercado de inovação do Brasil. “Acreditamos que 2022 vai apresentar volumes de investimentos semelhantes ou maiores que os do ano passado. Apesar de o primeiro trimestre ter tido menos transações, o ticket médio dos aportes está aumentando. A maior competitividade e a entrada de fundos estrangeiros ajudam a explicar esse cenário”, diz. 

Em março foram as retailtechs que somaram os maiores cheques: US$ 163,37 milhões. Entre as principais captações do mês estão o investimento na plataforma de benefícios corporativos Flash, que levantou uma rodada Series C de US$ 100 milhões, e o aporte no ecossistema de inovação Latitud, que recebeu uma rodada Seed de US$ 11,5 milhões. 

“Os números de fusões e aquisições no País são consistentes mesmo com os desafios macroeconômicos globais”, afirma Gierun. “Uma tendência que tem chamado muito a atenção são empresas de tecnologia comprando outras empresas de tecnologia. Com a área de pessoas cada vez mais competitiva, a aquisição de empresas tem sido uma estratégia cada vez mais utilizada para conseguir times que se destacam e já trabalham bem juntos”, conclui.