Na briga pelo cliente, bancos tradicionais ainda detêm vantagens frente às fintechs. Mas, no futuro, os riscos são maiores do que as oportunidades para eles. Pesquisa divulgada pela Visa nesta terça-feira (26/3) mostra que 55% dos brasileiros usam mais os bancos, mas 23% considera trocar nos próximos 12 meses. As razões que levam a essa potencial “infidelidade” são ofertas de limites maiores nos cartões de crédito, e de rendimentos automáticos melhores ao saldo parado nas contas.
“Os bancos tradicionais possuem maior principalidade (52%), porém menor preferência (47%); já as fintechs têm maior preferência (51%) do que principalidade (45%)”, disse em entrevista com parceiros e jornalistas Gabriela Moura, gerente de pesquisas junto aos consumidores da Visa. Ela explicou que há diferença entre “principalidade” e “preferência”, ou seja, nem sempre o cliente usa mais o banco que mais gosta. Boa parte dessa discrepância se deve ao fato de muitos receberem salários por meio de bancos tradicionais.
Os resultados da primeira edição do “Panorama da Principalidade Financeira na América Latina” mostram, ainda, que os brasileiros possuem conta ativa em pelo menos cinco instituições financeiras, enquanto a média regional é de três. Apenas 8% dos consumidores se relacionam com uma única instituição financeira, enquanto 25% utilizam um único cartão de crédito.
A escolha do emissor principal pelos brasileiros deve-se principalmente pela experiência digital ágil e intuitiva, segurança nas transações, benefícios oferecidos e a confiança estabelecida com as instituições financeiras.
Infidelidade também nos pagamentos
Em relação a meios de pagamento, a infidelidade também existe. Embora o cartão seja o meio preferido por 47% dos brasileiros, dependendo da compra esse percentual varia entre 32% e 56%. Em compras de pequeno valor, a fatia dos pagamentos feitos com cartões empata com os feitos por meio de Pix. Os dados incluem transações físicas e online.
A pesquisa entrevistou 11,5 mil pessoas do Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e República Dominicana no terceiro trimestre do ano passado. No Brasil, foram ouvidos homens e mulheres entre 16 e 65 anos, de todas as faixas de renda, bancarizados e com pelo menos um produto financeiro. A Visa não revelou quais bancos e fintechs foram citados pelos entrevistados.