O PicPay nasceu com DNA de tecnologia e mantém, até hoje, a mentalidade de startup mesmo após se consolidar como uma das maiores plataformas financeiras do Brasil. A combinação de ferramentas proprietárias, uso intensivo de Inteligência Artificial (IA) e uma cultura de inovação permitiu à empresa alcançar escala e eficiência, sem abrir mão de qualidade e segurança.
“A tecnologia não pode ser o entrave para o crescimento ou entrave para a entrada em um novo negócio. Ela tem que ser o enabler“, explica Diogo Carneiro, executivo responsável por Tecnologia (Chief Technology Officer, CTO) do PicPay. “Tem que pensar para onde, quais as possibilidades, calcular riscos e investimentos para já estar preparado para esses próximos passos.”
O resultado é redução do custo operacional e o menor custo de servir do mercado, sem comprometer a experiência do cliente, tampouco a governança e os padrões de segurança exigidos no setor financeiro. “A gente constrói guardrails de governança para que as pessoas andem mais rápido, mas com segurança. O cliente tem que sentir que o produto foi bem feito e é seguro”, diz Diogo.
Plataformas próprias e autonomia
Em vez de depender de fornecedores externos, a companhia decidiu construir internamente tecnologias que no geral a indústria contrata de prateleira. Assim, a estratégia garantiu autonomia para evoluir rapidamente. “Criamos plataformas internas justamente para dar suporte à construção e manutenção dos nossos produtos”, explica Diogo.
Essa independência tecnológica também sustenta os sistemas antifraude, com metodologias desenvolvidas sob medida para o Brasil. “Segurança é inegociável. A gente quer que o cliente se sinta protegido e saiba que fazemos as verificações necessárias”, disse o executivo.
Em segurança, a autonomia tecnológica permite inovações adaptadas ao mercado local. O PicPay desenvolveu sistemas próprios de antifraude e prevenção, especialmente desenhados para a realidade brasileira.
“A maioria dos sistemas de antifraude não são brasileiros. São europeus, norte-americanos e eles não sabem o que é Pix. Muitos países não sabem o que é transação em tempo real”, aponta o CTO. “Como é que eu me apoio em tecnologias estrangeiras que não sabem sobre isso?”
IA e produtividade
O uso intensivo de IA é um dos pilares da eficiência do PicPay. Atualmente, 30% do código em produção é gerado por IA, com alguns sistemas chegando a 40% de automação, conta o CTO. Hoje, 97% dos engenheiros já utilizam GenAI no fluxo de desenvolvimento.
Outro destaque é o Hitmaker, ferramenta que atua na jornada de produtos. O PicPay já tem mais de 60 projetos desenvolvidos inteiramente com a aplicação. “Produtos que levariam três semanas levam dois dias”, diz o CTO. “É menos código e mais componentização. Você ganha no desenvolvimento e ainda herda qualidade e segurança embutidas”, conta Diogo.
A companhia não usa IA apenas na programação. “Na construção do código, na prototipação, na escrita de testes, na execução de testes, na verificação de vulnerabilidades, verificação de qualidade, a gente está colocando IA Generativa (GenAI) em todos esses fluxos”, detalha o executivo.
Cultura de engenheiros
Por trás da eficiência tecnológica comprovada do PicPay, está uma cultura que valoriza experimentação e aprendizado contínuo. A companhia mantém cerca de 2 mil pessoas trabalhando com tecnologia e investe em comunidades e eventos internos, como os Tech Talks e AI Fridays, que reforçam essa prática.
“Não existe inovação se não tiver mistura, se não tiver diversidade desses conhecimentos”, reflete o CTO. Essa mentalidade faz parte da chamada Developer Experience (DX), conceito que estrutura ferramentas e processos para que os times possam criar produtos em escala, com autonomia e velocidade. Tudo isso sem perder toda necessidade de padronização e governança que uma instituição financeira precisa.
Com esse modelo em que a tecnologia multiplica o potencial humano, garante segurança e traz eficiência para um universo de bilhões de transações, o PicPay avança em sua jornada, impulsionando escala com inteligência.
