Hernán Corral/Pomelo | Imagem: divulgação
Hernán Corral/Pomelo | Imagem: divulgação

O sistema financeiro latino-americano vive um momento de transformação profunda. Após décadas de ofertas padronizadas, o tripé tecnologia, diferenciação e escala regional passa a ocupar o centro da estratégia dos bancos. Segundo Hernán Corral, cofundador e CPO da Pomelo, empresa presente em seis países da América Latina, incluindo Brasil. A fintech fornece infraestrutura tecnológica para clientes lançarem e gerenciarem seus próprios produtos de cartões.

De acordo com o executivo, produtos muito semelhantes e com possibilidades restritas de personalização perdem, cada vez mais, espaço para soluções mais ágeis e adaptadas às necessidades dos clientes.

“Hoje, as instituições financeiras se perguntam como acelerar sua agenda digital, construir experiências próprias e ampliar sua presença em um mercado cada vez mais sofisticado”, explica.

Nesse contexto, Hernán aponta cinco tendências que devem moldar o sistema financeiro latino-americano em 2026. Além da personalização, que passa a ocupar o centro da estratégia bancária, outro movimento relevante é a rápida expansão dos pagamentos contactless via celular. Eles já saltaram de 1% para 15% das transações na região, consolidando o smartphone como principal canal para pagamentos cotidianos. 

Stablecoins

Avança também a adoção de cartões globais baseados em stablecoins. A tendência é favorecida pela aceitação internacional, menores custos e facilidade de uso, segmento no qual a Pomelo responde por cerca de 80% das emissões de criptocards na América Latina.

Completam o cenário a modernização do crédito corporativo – com o renascimento dos cartões empresariais, que voltam ao radar dos bancos em um cenário econômico mais previsível – e a regionalização do sistema financeiro. A capacidade de operar em múltiplos países a partir de uma infraestrutura unificada passa a ser um diferencial estratégico para sustentar a expansão regional.

“A América Latina entra em uma fase em que a tecnologia deixa de ser um suporte para se tornar o centro da estratégia. Isso abre uma oportunidade histórica para o setor bancário: modernizar a infraestrutura, diferenciar produtos e acompanhar o crescimento esperado para 2026, especialmente em áreas como crédito corporativo, expansão regional e novas experiências de pagamento”, analisa o executivo.

*Jornalista, sócio e CEO da Ovo Comunicação