Quando for possível fazer pagamento variável recorrente no Brasil, a adoção do Open Finance vai deslanchar. A opinião é de Luigi Iervolino, head de Open Finance e sócio na BIP Brasil Financial Services.
“O VRP é um grande game changer“, diz. VRP é a sigla em inglês para pagamento variável recorrente, que já existe no Reino Unido, por exemplo.
Diferentemente do PIX Automático, que deve entrar em vigor por aqui em abril, o pagamento variável recorrente só requer a definição do pagador e do recebedor – valores, prazos e frequência podem variar. “A modalidade deve acabar com o débito automático, e oferecer alternativa a quem não tem cartão de crédito”.
Nesta entrevista, o especialista traz diversos insights importantes sobre o processo de implantação do Open Finance no Brasil. Para ele, o Banco Central brasileiro foi mais longe que os seus pares em outros países, onde o foco são pagamentos – aqui, empréstimos, investimentos, seguros e câmbio estão incluídos. Iervolino considera, ainda, que o processo foi mais democrático no Brasil, dando voto igual a todos os participantes no Conselho Deliberativo – independentemente do tamanho de cada um.
A BIP dá consultoria a grupos que ocupam duas cadeiras no Conselho Deliberativo do Open Finance Brasil: a 1.2 (que representa ABBC, ABDE, Acrefi e ABBI) e a 1.3, da OCB (que representa os sistemas cooperativos). E está também em 2 dos 16 consórcios aprovados pelo BC para o piloto do Drex.
O executivo, que é italiano e casado com uma brasileira, tem duas filhas e mora no Rio, trouxe ainda diversos dados interessantes para compartilhar com a audiência. Por exemplo: dos três primeiros bancos que mais compartilham dados, dois são digitais – Nubank e Mercado Pago. E, embora a quantidade de empresas que autorizaram o compartilhamento dos seus dados seja bem menor, recentemente o ritmo vem crescendo mais do que o da adoção por parte das pessoas físicas.
“Os brasileiros não têm tanto receio de compartilhar seus dados, desde que enxerguem um benefício”, afirma.