A maioria das startups de inteligência artificial (IA) na América Latina fala português: o Brasil abriga 73,65% do total. Em relação ao faturamento, a maioria ainda mostra números modestos: cerca de 41,6% faturam entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões anualmente, indicando que o setor ainda está em fase de crescimento e consolidação. As faixas de faturamento mais altas são menos representadas, com pouco mais de 14% das startups ultrapassando a marca de R$ 10 milhões anuais.
As conclusões são de um estudo sobre o segmento apresentado no Web Summit Lisboa, realizado entre 13 e 16 de novembro, pela consultoria Distrito. Quase 80% delas desenvolvem soluções para empresas (B2B), e têm até 50 funcionários.
O ano dela
Não apenas na região, mas em todo o mundo, 2023 caminha para terminar como “o ano da IA generativa”. O grande impulso à IA neste ano foi dado pelo Chat GPT. Baseado em IA generativa desenvolvido pela Open IA e comprado pela Microsoft, foi lançado ao público em janeiro e democratizou o acesso à tecnologia. Com isso, favoreceu “não mais apenas grandes corporações, que vem observando essa tecnologia emergente de perto especialmente nos últimos dois anos”, diz o estudo.
Além de se aproximarem e implementarem essa tecnologia em seus negócios, as grandes empresas também absorveram startups de IA: 24 operações de M&As foram mapeadas pela consultoria desde 2019.
Embora os aportes tenham reduzido recentemente, desde 2017 as startups da região que usam IA no centro do seu modelo de negócios levantaram mais de US$ 800 milhões, em 261 rodadas de investimento. O ano com a maior movimentação no mercado foi 2022, que concentrou US$ 409,2 milhões, representando 50,6% do total em 62 rodadas de investimento.