A nova estratégia da CIP para se relacionar com fintechs e startups

 

 As cifras da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) impressionam. No ano passado, a entidade processou mais de 28 bilhões de operações financeiras, totalizando um volume de R$ 14,8 trilhões entre seus diversos serviços. Agora, a entidade considerada uma das principais infraestruturas do mercado financeiro quer firmar parcerias com fintechs e outras startups (como healthtechs) para testar novos produtos e novas soluções. Lançou o InovaCIP, programa de inovação aberta, com apoio da consultoria de inovação corporativa Innoscience.

As startups selecionadas terão acesso a uma rede de networking importante, já que a CIP tem relacionamento com mais de 1.400 instituições, incluindo bancos, credenciadoras, redes compartilhadas de ATMs, gestores, cartórios, fundos, além de órgãos e entidades públicas. “Essa conectividade da CIP com essas instituições do mercado em serviços financeiros é uma frente importante que pode gerar sinergias interessantes com startups que estamos buscando”, contou Leonardo Ribeiro, superintendente de negócios da CIP na live “Oportunidades para fintechs com grandes empresas”.

Segundo ele, as oportunidades para curto e médio prazo transcendem o mercado bancário, com a implantação do Open Banking. Além dessa frente, mais um pilar estratégico para a CIP é a tokenização de ativos. Outra área fundamental para a associação é a monetização de dados, até porque a CIP processa uma grande quantidade de dados todos os meses, e um dos grandes focos da entidade é explorar esses dados para geração de insights com foco em B2C e B2B.

Com inscrições abertas até o dia 19 de março, o programa InovaCIP é voltado para startups em todo o Brasil. O objetivo é selecionar negócios que tenham sinergia com cinco desafios: Monetização de dados; Registro de crédito; Prontuários e prescrições médicas e odontológicas; Registro de renda fixa; e Gestão de Caixa. É uma oportunidade para empreendedores que desenvolvem tecnologias em big data, back-office financeiro, Open Banking, blockchain, entre outras.

Para participar, as startups devem ter um MVP desenvolvido e validado, ou ter uma solução ou um serviço já no mercado. O intuito do InovaCIP é fazer um piloto pago para testar a solução das startups. Ao final do programa, as empresas poderão ser contratadas como fornecedoras ou parceiras estratégicas. Não haverá investimento em troca de equity.

Segundo Maximiliano Carlomagno, sócio-fundador da consultoria e inovação corporativa Innoscience, por vezes a startup tem um discurso de ruptura, mas em outros casos, a empresa percebe que a estratégia mais adequada é usar uma cadeia de valor ou um conjunto de ativos que já existe. “O acesso de ativos únicos – como será a parceria proposta pela CIP – tem sido um modelo bastante valorizado por startups.”

Para ele, um dos principais benefícios do programa InovaCIP é a oportunidade de as startups ganharem musculatura financeira, sem precisar ceder equity do negócio.

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