"As novas gerações querem que as instituições financeiras as conheçam melhor", afirma executivo global da Red Hat

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Na indústria financeira, a tecnologia e o universo de dados podem potencializar o uso de soluções em empresas. Ao mesmo tempo, é possível usar essa quantidade quase infinita de informações para desenvolver produtos e serviços de acordo com a demanda do usuário e entregar quando e da forma como ele desejar.

Para Richard Harmon, head global de serviços financeiros da Red Hat, a tecnologia se tornará um grande facilitador, mas a maneira como o dinheiro está sendo movimentado no mercado financeiro também é importante.

“Cada vez mais, vemos players digitais e empresas não financeiras atuando como provedores de recursos financeiros. Eles estão mudando a forma como os negócios são feitos ao criar novos mercados e moedas”, diz o executivo.

Durante o Febraban Tech 2023, na semana passada, em São Paulo, Richard conversou com o Finsiders e abordou o futuro da indústria, o uso dos dados e a cibersegurança em um mundo cada vez mais digital. Veja os principais trechos da entrevista:

Finsiders: Qual a perspectiva para o futuro da tecnologia com esse novo universo dos dados?

Richard Harmon: Acho que a pandemia acelerou as capacidades digitais. Não apenas para empresas, mas também para colaboradores. Você trabalha de casa; todo o modelo de trabalho foi modificado. Se voltarmos no tempo quatro anos atrás, eu duvidava que isso pudesse acontecer.

Agora, há empresas que mostram como colaboradores podem ser produtivos em termos de automação e novas ferramentas permitem desenvolver e inovar rapidamente. Então, hoje os colaboradores dessas instituições também estão se beneficiando em termos de como eles atuam.

O ChatGPT, que é uma ferramenta potencialmente de risco, realmente transforma a maneira como as pessoas compreendem a inteligência artificial (IA) e o que ela pode fazer para os indivíduos, não somente para as empresas. E acho que este é o tipo de coisa que vamos ver no futuro, no qual disciplinas como analytics e Machine Learning (ML) serão importantes, mas isso será um big driver [um grande fomentador] para algumas inovações que estão por vir.

E para a indústria financeira?

Richard: De fato, a tecnologia permite essas inovações. Mas é importante pensar na segurança dos dados, ter certeza de usar informações de fontes confiáveis. A tecnologia será um grande facilitador, mas a maneira como o dinheiro está sendo movimentado no mercado financeiro também é importante.

Neste momento, cada vez mais vemos players digitais e empresas não financeiras atuando como provedores de soluções financeiras. Eles estão mudando a forma como os negócios são feitos ao criar novos mercados e moedas. É a inovação mudando a maneira como as instituições e como as pessoas interagem.

É um período excelente para estar em espaços na tecnologia e inovação, na indústria e no segmento financeiro. Há muita mudança acontecendo que vai transformar a sociedade. Acredito que estamos indo rumo a um lugar mais seguro, rápido e ágil que pode ajudar as pessoas a serem mais produtivas.

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Como a inovação pode ser um diferencial para as companhias?

Richard: A inovação e a transformação digital em curso permitem que os consumidores tenham o que desejam, quando desejam. Para empresas, essas mudanças ajudam a disponibilizar o melhor para o usuário. Novas gerações querem poder escolher o melhor serviço, mas também desejam que as instituições financeiras as conheçam melhor.

Dessa forma, quanto mais holístico for o olhar das empresas para os consumidores, mais elas podem inovar e entregar soluções que são esperadas sem a necessidade de disparar uma lista com 500 e-mails.

A IA é um modelo que projeta uma realidade abstrata, que por sua vez é limitada pela quantidade de dados fornecidos. Se você tem um maior alcance sobre as decisões do usuário, naturalmente, instituições podem lidar com os clientes de uma forma muito mais sofisticada, ajudando a solucionar problemas com objetividade e precisão.

Por outro lado, é importante dizer que as empresas conseguem ajudar na proteção contra as os chamados “bad actors”, já que conhecem seus consumidores e como eles agem. Atualmente, já temos no mercado uma gama de assessores para desenvolver o setor financeiro enquanto o resguardam desses maus atores.

Uma vez que surge o ransomware, é difícil para as empresas interromper os ataques cibernéticos. O trabalho dos provedores tem sido muito mais de prevenção. Como lidar com esse problema?

Richard: Quando você tem automação, não é apenas o processo que é automatizado. As etapas de testes e checagem também são. Para as empresas, isso é um teste de introdução de cibersegurança. O mesmo acontece no segmento financeiro. A automação é uma forma de fazer milhares ou até milhões de checagens em um curto período.

Ao mesmo tempo, o elemento de IA está trazendo novas capacidades para identificar os melhores atores (os “good actors”) porque eles podem encontrar eventuais anomalias. De repente, uma ação pode ser considerada pouco comum, mas não significa que é algo criminoso.

Outro aspecto dos dados é que estamos indo em direção a um mundo que não se resume apenas aquilo que você absorve em suas incursões na web, hoje existe algo mais poderoso, desenvolvido pelas plataformas, chamado de dado sintético. Trata-se de uma maneira para proteger pessoas criando uma espécie de cópia digital delas. Ao olhar esses dados digitais, é possível entender quais características de determinado perfil são usadas por cibercriminosos.

Atualmente, há diversos modelos sofisticados que são filtrados por reguladores e checados para ciberataques, entre outras coisas. Por outro lado, criminosos continuam a inovar constantemente. Então, se as empresas usarem essas informações para criar um conjunto maior de dados, ao invés de ter relatos de 10 mil casos, é possível ter as variações de 1 milhão de casos, por exemplo. E aí você constrói uma máquina para combater o problema.





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