OPEN FINANCE

Transações via iniciação de pagamento crescem cinco vezes em um ano

Pagamentos recorrentes e transferências inteligentes estão entre as novidades previstas em 2024 para o Open Finance, que completa três anos nesta quinta-feira (1º)

Parte da fase 3 do Open Finance — que completa três anos nesta quinta-feira (1º) —, a iniciação de transação de pagamento (ITP) vem ganhando força nos últimos meses. O avanço se dá tanto na quantidade de players aptos a operar o serviço, quanto nos quesitos de número de operações e volume financeiro. Em 2024, a expectativa é que a modalidade tenha novos recursos, como transações recorrentes e transferências inteligentes, além da tão aguardada jornada sem redirecionamento.

Conforme dados do Banco Central (BC), em dezembro de 2023, a iniciação de pagamento via Pix movimentou R$ 139,6 milhões, cifra 5 vezes maior em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em igual intervalo, a quantidade de operações mais do que quadruplicou, passando de 107,7 mil para 423,4 mil. Os números de janeiro de 2024 ainda não foram divulgados pelo regulador.

Atualmente, são 27 instituições aptas a operar como ITP. A relação inclui desde grandes bancos, passando por fintechs e sistemas cooperativos. Conforme a Estrutura do Open Finance Brasil, os últimos a ingressar nesse grupo foram o Banco Safra e a fintech Belvo, ambos em dezembro. 

Há mais de 10 instituições na fila para se juntarem aos quase 30 dessa lista, apurou o Finsiders. Nesta semana, as fintechs Datanomik e Muevy, por exemplo, receberam autorização do BC para funcionar como ITP. A curitibana Trio foi outra que obteve esse “sinal verde” do regulador, no início de janeiro. O aval do órgão é a primeira etapa de uma série de requisitos tecnológicos e regulatórios. 

Evolução

Ao todo, já são mais de 54 milhões de chamadas na API de iniciação de pagamento, com taxa de sucesso de 95%, de acordo com o painel de indicadores do site Open Finance Brasil. Sigla para interface de programação de aplicações, a API é um conjunto de padrões que permite a conexão, comunicação e troca de informações entre os sistemas das instituições no ecossistema do Open Finance. 

Entre os 10 maiores iniciadores de pagamento, estão os ‘bancões’ Itaú e Bradesco, além de bancos digitais e fintechs como Nubank, PicPay, Mercado Pago, Iniciador, U4C e Efí Bank. 

Além da agenda evolutiva do Open Finance — que inclui a entrada dos dados de seguros, previdência e capitalização —, o mercado espera avanços na temática de pagamentos. Para abril, estão previstas as soluções de pagamentos recorrentes e transferências inteligentes (também chamadas de sweeping accounts). 

O primeiro recurso vai permitir programar transações com valores fixos para um recebedor — por exemplo, aportes mensais em um fundo de investimento. Já no segundo caso, será possível tornar automática, com um só consentimento, determinada operação entre contas de mesma titularidade. Um caso é “cobrir” a conta quando ela fica no negativo.

Outro assunto no radar dos participantes do Open Finance é a jornada sem redirecionamento na iniciação de pagamento. Ou seja, o usuário não precisará ser levado ao ambiente do banco onde estão os recursos a cada transação que quiser realizar. “Hoje, quando o cliente faz uma iniciação, existe a dupla autenticação, o que gera certa fricção ou torna a experiência do usuário menos fluida”, disse Leticia Novaes, especialista de assuntos regulatórios relacionados a Open Finance no Nubank, em conversa com jornalistas nesta semana.

Veja também:

Belvo recebe aval para operar iniciação de pagamento

A Klavi agora tem a “chave” do Open Finance regulado