Case de sucesso, Pix soma 24% das transações no e-commerce

Segundo o estudo The Global Payments Report, da Worldpay, o Pix deve representar 35% das transações online em 2026

Boa usabilidade, redução de custos e funcionamento em tempo real impulsionaram o uso do Pix no Brasil. Não à toa, o sistema instantâneo de pagamentos criado pelo Banco Central (BC) respondeu por 24% das transações no e-commerce nacional no ano passado. Os dados são do estudo The Global Payments Report, divulgado nesta semana pela plataforma de soluções de pagamento Worldpay.

Realizada pelo 4º ano consecutivo em solo brasileiro, a pesquisa traz uma análise sobre os meios de pagamentos em um universo de 40 países, em cinco continentes. Entre os meios mapeados estão: cartão de crédito, pagamentos instantâneos, dinheiro em espécie, carteiras digitais, “buy now, pay later” (BNPL) e criptomoedas.

Lançado pelo BC em novembro de 2020, o Pix passou a representar 12% das transações brasileiras já em 2021. Com novas funcionalidades, a exemplo do Pix Saque, Pix Troco ou por QR Code, a ferramenta deve ampliar a sua abrangência e representar 35% das transações online em 2026. No pipeline do BC para 2024, está o Pix Automático.

“Os consumidores buscam, cada vez mais, por jornadas de pagamento personalizadas que mantenham seus dados seguros, ágeis, convenientes e, se possível, que os recompensem por sua fidelidade. Hoje, os consumidores procuram por nada menos do que a perfeição”, diz Juan Pablo D’Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay para a América Latina, em nota.

Da mesma forma, as carteiras digitais também estão em ascensão. Hoje, as wallets têm a preferência de 18% dos usuários e representaram 15% das transações em 2022. Para se ter ideia, há dois anos o método somava apenas 8% das compras online.

Fonte: The Global Payments Report/Worldpay

Meio de pagamento eletrônico mais utilizado, o cartão de crédito responde por 39% do uso no comércio eletrônico — no ponto de venda (PDV), tem 37%. Já o dinheiro em espécie, que vem gradualmente perdendo espaço com o desenvolvimento dos métodos alternativos, corresponde a 26% das transações.

Tendências globais

Ao final do último ano, foram contabilizados 64 sistemas de pagamento em tempo real no mundo, quatro a mais quando comparado a 2021. Assim, os pagamentos de conta a conta (ou ‘account to account’, em inglês) responderam por US$ 525 bilhões nos negócios de e-commerces em esfera global em 2022.

A estimativa é que esse método deva continuar crescendo a uma taxa de 13% ao ano. Na Índia, que tem o UPI (Interface Unificada de Pagamentos) desde 2016, sendo um dos primeiros grandes centros a desenvolver um sistema de pagamento em tempo real, o modelo já soma 19% das compras online. Já no Reino Unido, responde por apenas 9%.

Fonte: The Global Payments Report/Worldpay

Na América Latina, o estudo da Worldpay indica que os países da região devem acompanhar o avanço no mundo. No Brasil, o Pix avançou 123% entre 2021 e 2022 e tem projeção de aumento de 23% até 2026.

Por outro lado, a estimativa para a Colômbia é de crescimento de 21% até 2026, após avanço de 64% nos últimos dois anos. No Peru, a projeção Peru é elevar o uso em 31% nos próximos três anos e meio, depois de uma expansão da ordem de 130% no biênio 2021-2022.

Pagamentos por aproximação

No Brasil, outra tendência emergente são os pagamentos contactless. De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha a pedido da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), realizada em julho e divulgada nesta quarta-feira (3), os pagamentos por aproximação com cartão, celular, relógio ou outros dispositivos já somam 54% do total das operações feitas pelos brasileiros. Detalhe: 60% dos consumidores utilizam essa tecnologia de forma frequente (sempre ou quase sempre).

Segundo dados da entidade, o uso do contactless nas transações registrou avanço de 85,4% no primeiro trimestre deste ano, com R$ 191,3 bilhões. Entre janeiro e março, foram mais de 3,6 bilhões de pagamentos.

“O consumidor vem adotando, cada vez mais, o pagamento por aproximação por ser uma tecnologia que agrega praticidade e segurança. Ele é fácil de usar, agiliza o momento da compra e proporciona uma boa experiência, o que, no fim das contas, é o que todos querem”, afirma Nuno Lopes Alves, conselheiro da Abecs e country manager da Visa do Brasil, em nota.


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