Inovação aberta não é algo novo no cenário de startups por aqui, mas segundo uma pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, a expectativa de muitos agentes do ecossistema é que em 2024 a colaboração entre grandes empresas e startups se intensifique ainda mais.
De acordo com o levantamento realizado pela ONG junto a 144 investidores da sua base, 61% dos entrevistados destacaram que as colaborações serão mais frequentes no próximo ano, resultando em inovações conjuntas para o mercado.
Na visão do fundador da Anjos do Brasil, Cassio Spina, sobre os resultados da pesquisa, a ascensão da inovação aberta servirá em duas frentes distintas. Para as organizações, isso servirá como uma forma de destravar a inovação interna, acessando tecnologias emergentes, metodologias ágeis e mentalidades empreendedoras na figura dos founders.
“Já no caso das startups, elas conseguem colher as vantagens da experiência, do alcance e, não menos importante, do capital dessas corporações. A colaboração, portanto, não é apenas uma oportunidade de deslanchar negócios, mas também uma estratégia essencial para a sobrevivência e prosperidade no ecossistema empresarial em constante transformação”, avalia o executivo.
Tendências
No segundo lugar do ranking, dois fatores se sobressaíram com 47%: o aumento do volume de recursos investidos em empresas nascentes, acompanhados desta vez de práticas mais robustas de governança corporativa, que deverão ser determinantes para o interesse dos investidores. Segundo Cassio, estas respostas têm seu lado positivo.
“A queda ocorrida no volume de investimentos em startups após o ano de 2021 já dá sinais positivos de reversão, mas desta vez com a preocupação de melhor governança para evitar casos de descontrole”, avalia. “Atualmente, os investidores não estão apenas atentos ao potencial de inovação, mas também às práticas transparentes, éticas e eficientes que refletem a boa administração e são determinantes para atrair e manter interesses”, completa.
Fechando o top 3 de tendências, vem uma preocupação. Conforme 35% dos respondentes, tanto startups quanto grandes empresas sofrerão mais problemas com cibersegurança, com mais ataques e exploração de vulnerabilidades em sistemas.
No geral, porém, a maioria das apostas dos entrevistados pela pesquisa é positiva, com outras apostas como o aumento de investimentos em startups focadas em questões sociais, ambientais, de diversidade e inclusão, assim como um crescimento dos investimentos via crowdfunding, especialmente em startups super early-stage.
Apesar do otimismo geral para 2024, na visão de Cassio, o mercado brasileiro ainda tem muito a correr atrás. “Mesmo com a perspectiva positiva, o investimento em startups segue precisando de estímulo e apoio para crescer e atingir todo seu potencial no Brasil, que deveria ser de R$ 10 bilhões ao ano. Pesquisas como essas, que avaliam as perspectivas de indivíduos ativos e engajados no setor, ajudam a compreender de maneira mais abrangente o cenário em torno do investimento-anjo, norteando ações que podem fazer a diferença para impactar seu desenvolvimento no país”, finaliza.
*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups.
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