O primeiro mês de 2022 somou US$ 591 milhões aportados em startups brasileiras, ao longo de 48 rodadas, sendo 32 delas em early stage e outras 16 em late stage. Os números estão na mais recente edição do Inside Venture Capital Report, relatório mensal produzido pela plataforma de transformação digital e inovação aberta Distrito, com o apoio do Bexs.
Mais uma vez, o setor que concentrou a maior parte dos investimentos foi o de fintechs, que recebeu ao todo US$ 319,2 milhões, sendo a maior parte do volume, US$ 260 milhões, captada pela Creditas. O segmento foi seguido por Real Estate (US$ 33,7 milhões), SportTech (US$ 32,6 milhões), RetailTech (US$ 22,4 milhões) e HealthTech (US$ 10,9 milhões).
O total investido é 27% inferior ao montante aportado em janeiro do ano passado, que bateu um recorde para o período após o Nubank captar uma rodada de série G de US$ 400 milhões. Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, o fato de o valor ser menor não significa que o mercado está desaquecendo: fevereiro, abril, julho e setembro do ano passado, por exemplo, viram aportes mais baixos do que agora.
Foram ainda realizadas 20 fusões e aquisições no mês, o que fez desse o janeiro com o maior número de M&As da série histórica. Destaque para a compra da Stilingue pela Take Blip; da Inovamind pela Totvs; e da Projuris pela Softplan.
“É possível ver que, mesmo em um cenário de incertezas macroeconômicas, inflação alta e subida de juros, investimentos de venture capital continuam apresentando cifras altas. A transformação digital das empresas permanece acontecendo, e é um processo infinito de renovação que precisa de cada vez mais soluções tecnológicas e robustas para sustentar o crescimento do mercado brasileiro”, diz Gustavo Gierun, CEO do Distrito. “O número de M&As é um indicativo de que esse movimento continuará para o resto do ano e que o ecossistema possivelmente alcançará novos recordes.”
O Distrito espera uma grande quantidade de mega rodadas em 2022, mas também um aumento no número de investimentos early stage, principalmente pelo número cada vez maior de investidores que estão mirando empresas na América Latina.
O relatório do Distrito de janeiro traz ainda um foco em SaaS (software as a service), ou seja, startups que trazem soluções tecnológicas na nuvem (cloud-based) como produto principal da empresa. Os investimentos no setor específico somaram US$ 3,8 bilhões em 2021, o que representa 48% dos aportes no ano. “Soluções SaaS robustas, que demonstrem indicadores sólidos de escalabilidade, certamente se destacam dentro do ecossistema de inovação. Em 2022, espera-se que esse número em percentual seja próximo ao que foi constatado em 2021, contudo em escalas cada vez mais relevantes”, comenta Gierun.