O "efeito fintech": pesquisa revela o que os clientes querem e como usam os aplicativos

Eles estão ganhando cada vez mais adeptos. Mas ainda há muito espaço para avançar - e isso vale também para os bancos digitais

Mais Inteligência Artificial, mais educação financeira. Essas são algumas das dicas dos usuários para fintechs e aplicativos de bancos digitais. As descobertas são da versão 2023 da pesquisa “O efeito fintech”, realizada em conjunto pela startup de tecnologia financeira Plaid e The Harris Poll, de análise de mercado.

“Quase 7 a cada 10 clientes esperam que as fintechs façam mais para ensiná-los a navegar em um cenário de inflação e juros altos. E 51% deles estão pedindo às fintechs que façam mais para ajudá-los a permanecer disciplinados e alcançar seus objetivos financeiros mais rapidamente”, concluiu o estudo.

Em relação à IA, ela pode ajudar tanto na segurança da autenticação dos usuários, quanto na análise mais acurada de risco de crédito.

“Nossos dados mostram que 6 em cada 10 americanos pensam que, ao partilharem os seus dados bancários, seriam capazes de dar uma imagem mais precisa da sua capacidade de pagar um empréstimo”.

Economia de tempo e dinheiro

A pesquisa, realizada com mais de 2 mil usuários de aplicativos financeiros nos Estados Unidos, também mostra que inflação alta e incertezas na economia favorecem a adesão dos clientes aos aplicativos de finanças por se sentirem mais seguros e informados. Para 90% dos entrevistados, as fintechs os ajudaram a economizar tempo, dinheiro e/ou a sentir mais seguros.

A adesão, claro, é maior entre os mais jovens: 71% dos milennials e 65% da geração Z confiam mais em ferramentas de finanças digitais. Nos EUA, 13% dos clientes já usam mais de 6 aplicativos de finanças – e a previsão é de que esse percentual alcance 20% neste ano.

Outros 63% dizem que os “credit scores” convencionais não refletem a realidade da sua capacidade de pagamento; e 81% deles são a favor da verificação de identidade – eles se dizem mais seguros quando a instituição requer foto, por exemplo.

Banco a banco

Apesar da grande aceitação, a julgar pelas demandas dos entrevistado, ainda há muito espaço para fintechs e bancos avançarem. A pesquisa mostra, por exemplo, que 67% trocariam pagamentos com cartões por pagamentos diretos banco a banco (como o Pix, débito automático, TED e boletos no Brasil). Neste caso, segurança, e principalmente, menores taxas são os principais motivos.

“As fintechs que ainda não oferecem pagamentos instantâneos não devem mais adiar a funcionalidade”, diz a pesquisa. “Também devem facilitar pagamentos banco a banco, comunicar claramente as condições financeiras e oferecer benefícios ou recompensas. E se concentrar nos casos de uso mais relevantes para sua empresa, como Transferências peer-to-peer (P2P), pagamentos de contas, e assinaturas”.