Estudos e Relatórios

Participação das fintechs no BNPL cai de 33,3% em maio para 22,2% em julho; débito segue em baixa no e-commerce e crédito cresce

Apesar do aumento da inadimplência, o Buy Now Pay Later (BNPL) continua sendo aceito por mais de 30% dos lojistas. Mas a participação das fintechs nesta modalidade de financiamento recuou a 22,2% em julho, contra 33,3% em maio, mostra estudo divulgado pela consultoria Gmattos realizado com 59 lojas online de diversos segmentos. Metade das ofertas do BNPL se dá com financiamento tipo crediário loja, e a outra metade se divide entre ofertas de bancos de varejo ou de fintechs.

“A queda da fatia das fintechs pode ser justificada pelo advento da saída de mercado da ADDI”, explica Gastão Mattos, cofundador e diretor-geral da Gmattos. “O espaço das fintechs foi preenchido pelo financiamento via bancos, que subiu de 16,7% em maio para 27,8% em julho”, diz. A Gmattos estimou em R$ 200 bilhões/ano o potencial deste negócio.

A grande aceitação do PIX e o uso do BNPL por quem não tem cartão de crédito – ou não tem limite suficiente – continuam desbancando o uso do débito nas compras online. Em 2022, aproximadamente R$ 100 bilhões não foram aprovados no cartão de crédito por falta de limit

O custo médio da loja na transação PIX é estimado em 0,33% bastante inferior ao seu concorrente direto, o cartão de débito, com custo de 1,13%.Além disso, o fator preponderante para a preferência pelo PIX é sua alta conversão no carrinho, estimada em 80% contra apenas 30% do cartão de débito. “Os esforços da indústria (bandeiras, bancos, adquirentes) para a melhoria de performance do débito não foram ainda percebidos (débito sem senha e repasse para as lojas no mesmo dia da transação)”, diz Mattos.

Outro levantamento, da Abecs (a associação dos emissores de cartões) aponta na mesma direção. Compras remotas com cartões crescem 10% no primeiro semestre. O uso dos meios eletrônicos de pagamento pela internet e outros canais remotos, como aplicativos e carteiras digitais, movimentou R$ 372 bilhões no primeiro semestre de 2023 – dos quais R$ 359,5 bilhões no crédito, R$ 5,6 bilhões no débito e R$ 7,1 bilhões no pre-pago.

Considerando o total das transações – físicas e virtuais – o valor realizado com cartões de crédito aumentou 10% no semestre, atingindo R$ 1,1 trilhão. Já os cartões de débito registraram ligeira perda, de 3,3%, para R$ 471,8 bilhões.