Estudos e Relatórios

Pesquisa mostra que adesão ao Open Finance ainda é baixa; segurança é motivo principal, seguido por "não ver vantagens"

A implantação do Open Finance no Brasil tem o potencial de injetar R$ 760 bilhões (US$ 157
bi) na concessão de crédito, sendo R$ 460,7 bi para pessoas físicas – considerando o potencial total
de adesão dos consumidores à modalidade. Mas, a julgar por uma nova pesquisa realizada pela consultoria Capgemini, esse potencial pode levar tempo para se materializar.

O levantamento mostrou que o “nível de maturidade” das empresas em relação à novidade – que já vem sendo implantada há 30 meses, mas ainda está na metade da agenda – é de 6,4% para as empresas e de 5,3% para pessoas. No caso das pessoas, responsáveis por 90% dos 15 milhões de compartilhamentos únicos concedidos (que representa 16% dos bancarizados) o principal motivo é a preocupação com segurança, e o segundo é não enxergar motivos nem vantagens para compartilhar dados. Considerando compartilhamentos totais (um cliente pode autorizar mais de um), o numero em aio chegava a 32 milhões.

A pesquisa traz diversos insights interessantes, desde o que mobilizaria mais permissões de compartilhamento de dados – acesso a cartões de crédito com mais vantagens é o número um da lista – até o percentual de instituições que usam dados do Open Finance para a gestão de clientes: somente 37%.

Mar de oportunidades x arquipélago de desafios

“Se pensarmos que a maturidade do OpF está ligada à visão de negócios, chegamos à conclusão de que a ela ainda é baixa no Brasil. Tempo, estabilidade regulatória e revisão de alguns pontos regulatórios podem acelerar esse percurso e colocar o Brasil como percursor dos ganhos gerados pelo OpF”, concluem os responsáveis pela pesquisa, David Cortada (Vice-presidente do CoE de Serviços Financeiros na Capgemini Brasil) e Jamile Leão (Head de Open Finance na Capgemini Brasil). A pesquisa ouviu 882 pessoas e mais de 200 empresas na segunda quinzena de maio.

O levantamento foi realizado em conjunto com o instituto de pesquisa Teor Marketing, e as empresas entrevistadas foram bancos incumbentes, neobanks, fintechs, seguradoras, fornecedores de tecnologia, influenciadores, academia e até alguns desafiantes, como varejistas.