Queridinho dos brasileiros, o Pix impulsionou as transações de pagamento no país em 2023. Cartões também cresceram, mas em menor ritmo. Enquanto isso, as operações com boletos e transferências interbancárias caíram no período. É o que mostram as Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, publicadas pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (4).
Conforme os dados, houve uso intenso do Pix pela sociedade, com alta de 75%. No mercado de cartões, o pré-pago registrou a maior taxa de crescimento (36%), seguida por cartões de crédito (12%) e, na lanterninha, débito (5%). Esse último, aliás, é um dos mais impactados pelo avanço célere do Pix. Há um esforço, inclusive, da indústria de cartões para impulsionar a modalidade no ambiente online.
Dá para notar, ainda, a evolução do sistema de pagamento instantâneo na participação de mercado. No ano passado, o Pix atingiu 39% das transações, ficando atrás apenas das operações com cartões (41%) — crédito, débito e pré-pago. Os boletos, por sua vez, viram o “share” cair de 7% para 5% na comparação com 2022.
Em 2023, as operações de pagamento (excluem-se aquelas em espécie) movimentaram R$ 99,7 trilhões em 108,7 bilhões de transações. O volume financeiro corresponde a cerca de 9,1 vezes o PIB brasileiro. Entre 2022 e 2023, a quantia transacionada cresceu 9%, enquanto o número de transações saltou 31%.
Os números do BC mostram também que o parcelamento sem juros representaram, em 2023, cerca de 13% da quantidade total de transações com cartões de crédito. Já em relação ao volume transacionado, a modalidade correspondeu à quase metade, ou cerca de 48%. “Não se observa, ao longo do tempo, mudança significativa no uso do parcelamento com cartão de crédito”, diz o órgão.
Ainda de acordo com as estatísticas, os celulares se consolidaram como o principal canal para transações financeiras — 82% da quantidade total em 2023. Ainda assim, o volume financeiro movimentado por meio de canais presenciais não pode ser desconsiderado — cerca de 42% do bolo total. Contudo, as operações de saques em espécie caíram 27% em quantidade de transações e 5% no quesito volume financeiro.