Celular responde por sete em cada dez transações bancárias

De cada 10 transações bancárias realizadas por brasileiros, 8 acontecem em canais digitais, como o mobile banking e internet banking (77%), enquanto os smartphones são responsáveis, sozinhos, por 66% das operações. É o que aponta o segundo volume da pesquisa anual de tecnologia bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), realizada pela Deloitte e divulgada nesta semana no Febraban Tech.

Impulsionados por novas tecnologias, os brasileiros realizaram 163,3 bilhões de transações nos diferentes canais de atendimento ao longo do último ano, um aumento de 30% sobre 2021. Em grande parte, esse crescimento exponencial foi influenciado pelas movimentações nos dispositivos mobile, que cresceram 54% e totalizaram 107,1 bilhões de transações.

E mais: das 469 milhões de contas ativas, quase metade delas (45%) é acessada pelo mobile. De um total de 208 milhões de contas ativas nesse canal, a imensa maioria (95%) é de pessoas físicas. Contudo, as contas PJ tiveram crescimento relevante nos canais digitais – para o mobile, esse percentual foi de 35% e, para o internet banking, de 16%.

Pela primeira vez, o levantamento da Febraban traz dados sobre as movimentações via WhatsApp. De acordo com a pesquisa, as operações no aplicativo de mensagens registraram um aumento de 531%, para 56,2 milhões.

O recurso para pagamentos no aplicativo de mensagens da Meta foi liberado pelo Banco Central em março de 2021 — hoje, 50% dos bancos oferecem tal canal para as transações.

De todas as operações por meio do WhatsApp, 37% se referem às operações via Pix e, 29%, às renegociações de dívidas. As consultas de saldos e extratos somam 24% do total e, as de cartão de crédito, 10%.

ATMs e agências em baixa

Se por um lado as transações digitais demonstram uma tendência de alta, os consumidores vão bem menos as agências físicas. Assim, as transações realizadas nas agências passaram de 3,3 bilhões para 3,2 bilhões e, neste momento, representam apenas 2% do total.

O mesmo acontece com as operações nos caixas eletrônicos (ATMs), que passaram de 7,4 bilhões para 5,4 bilhões no ano passado. Da mesma forma, os negócios em contact centers saíram de 5,5 bilhões para 5,2 bilhões.

Pix e Open Finance

Lançado em novembro de 2020, o Pix rapidamente caiu no gosto dos usuários brasileiros pela sua experiência otimizada. Assim, as operações via meio instantâneo de pagamentos, que em 2021 totalizaram 5,7 bilhões, em 2022 alcançaram 11,7 bilhões, ou seja, mais do que o dobro na comparação ano a ano. Isso refletiu na queda de 29% nos envios de TED e DOCs.

“Desde que o Pix entrou em funcionamento, os volumes significativos de transações e de adesões de clientes à ferramenta comprovam a eficiência e aceitação do meio de pagamento. Com a expansão de novas modalidades previstas na agenda regulatória, avaliamos que as transações tendem a aumentar ainda mais e fazer com que comércios e serviços ampliem a utilização da ferramenta como meio de pagamento”, afirma Rodrigo Mulinari, diretor do comitê de inovação e tecnologia da Febraban, em nota.

Ainda conforme o estudo, o consentimento das pessoas físicas para compartilhamento de dados via Open Finance avançou 971% no ano passado na comparação com o ano anterior. No total, 6.557 pessoas deram o sinal verde para que as instituições financeiras pudessem coletar suas informações em 2022, ante 612 no ano anterior.

Atualmente, a quantidade de consentimentos ativos, de maneira geral (PF e PJ), já ultrapassa 32 milhões, conforme dados reportados pelas instituições participantes do sistema.

Acesse a pesquisa na íntegra.