UM CONTEÚDO OVOCOM

Consultas públicas do BC sobre criptos encerram em fevereiro, e mais...

Pinheiro Neto recomenda participação dos investidores nas CPs, Trígono divulga relatório de sustentabilidade de bancos e Sanus investe em UX

Criptomoedas
Criptomoedas | Imagem: Adobe Photoshop

A regulamentação das prestadoras de ativos virtuais (VASPs, na sigla em inglês) pelo Banco Central impõe desafios para as empresas do setor. Mas vai beneficiar o mercado e investidores, trazendo maior segurança e transparência. A avaliação é de Tatiana Mello Guazzelli, sócia de Pinheiro Neto Advogados atuante em direito empresarial, com foco nos mercados financeiro, de capitais e de criptoativos.

Tatiana Guazzelli/Pinheiro Neto Advogados | Imagem: divulgação

“Recomendamos a todos os nossos clientes que participem ativamente das três consultas públicas abertas pelo BC. Pode ser de forma direta ou através de associações, para a construção de um arcabouço regulatório adequado para o mercado”, afirma Tatiana. “A regulamentação traz proteção e maior segurança para quem quer investir em criptoativos. Assim, deve contribuir para um crescimento do número de investidores em ativos virtuais”, avalia. 

Com prazo para contribuição até 7 de fevereiro, as CPs 109 e 110 buscam estabelecer o marco regulatório das VASPs. O intuito é criar regras para sua constituição e funcionamento,. E, ainda, disciplinar a prestação de serviços de ativos virtuais por outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central. Adicionalmente, visa regulamentar o processo de autorização das VASPs.

Mercado de câmbio

Já a CP 111 fica aberta para comentários até 28 de fevereiro, e pretende regulamentar a atuação das VASPs no mercado de câmbio. Desde que estejam autorizadas a operar nesse mercado, as prestadoras de ativos virtuais poderão realizar um rol extenso de atividades. Isso inclui pagamento ou transferência internacional mediante transmissão de ativos virtuais; compra, venda, troca ou custódia de stablecoins denominadas em reais de propriedade de não residentes; e compra, venda, troca, transferência ou custódia de stablecoins denominadas em moeda estrangeira. 

“A proposta é permitir a realização de pagamentos ou remessas internacionais apenas com ativos virtuais. Assim, dipensa uma operação de câmbio envolvendo moedas fiduciárias, observadas certas restrições”, explica Tatiana. As CTVMs e DTVMs que também prestarem serviços de ativos virtuais estarão sujeitas ao limite de US$ 500 mil por pagamento ou transferência internacional. Já as VASPs terão limite de US$ 100 mil por operação, acrescenta. 


Trígono Capital divulga relatório de sustentabilidade

A gestora Trígono Capital divulgou a quarta edição de seu Relatório de Sustentabilidade. O documento avalia governança, impactos sociais e ambientais das principais empresas em que investe. A edição deste ano, baseada em dados coletados em 2023 e nas iniciativas atuais, revelou uma redução significativa nas emissões de carbono das companhias nos fundos da gestora, considerando os recursos sob gestão ou tCO₂/R$ milhões. 

Além disso, o relatório ampliou seu escopo ao abordar de forma integrada questões como gestão de energia, água e resíduos. Também inclui ações sociais dessas empresas, proporcionando assim uma análise mais abrangente do impacto ESG. O relatório também inclui informações sobre governança, como presença de mulheres em cargos de liderança, conselhos e comitês, remuneração de executivos, independência efetiva dos conselheiros e representatividade dos investidores minoritários.

Doze empresas

O documento foi elaborado em parceria com a consultoria independente ATA Sustentabilidade. A consultoria reuniu informações de 12 empresas por meio de questionários e relatórios públicos disponibilizados por elas, como Relatórios de Sustentabilidade e outros informes corporativos. Juntas, essas empresas representavam cerca de 90% da carteira da Trígono no final de 2023, servindo como uma proxy da responsabilidade indireta dos fundos sob gestão, com base na participação no capital das empresas investidas.

Werner Roger/Trígono Capital | Imagem: divulgação

As empresas analisadas foram Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Ferbasa, Irani, Jalles Machado, Kepler Weber, Mahle Metal Leve, Riosulense, São Martinho, Schulz, Suzano e Tupy. A metodologia utilizada avaliou a qualidade dos dados disponíveis, classificados em uma escala de 1 a 5 (sendo 1 o grau de certeza mais alto). Houve melhora na pontuação, que atingiu 1,23 neste ano, em comparação a 1,31 no relatório anterior, de 2023.

Werner Roger, sócio e diretor de investimentos da Trígono, destacou a importância da iniciativa como exemplo para outras gestoras e investidores institucionais. “Com o relatório, pretendemos, entre outros objetivos, tirar da zona de conforto as pessoas que tomam decisões, questionar conselheiros, executivos e acionistas controladores, e, assim, impulsionar e acelerar as transformações”, afirmou o executivo.


Sanus e Prospera investem R$ 15 milhões

A Sanus, healthtech especializada em jornada conversacional do beneficiário, e a Prospera, empresa líder em análise de dados para planos de saúde, fecham parceria para desenvolver uma plataforma inteligente 100% focada no beneficiário. O investimento conjunto na “Saúde 4.0” será de R$ 15 milhões e usará IA e aprendizado de máquina para processar contas médicas, prontuários, resultados de exames e cadastros da rede credenciada de planos de saúde. A previsão de receita da Sanus só com o Saúde 4.0 para os próximos dois anos é de R$ 45 milhões. 

Para o time de saúde da Sanus, a tecnologia ajudará a quadruplicar a velocidade no atendimento e otimização dos protocolos assistenciais baseando-se no perfil e conversa com cada beneficiário. Para o beneficiário, a plataforma poderá recomendar prestadores com melhor custo-benefício dependendo do histórico e condições de cada um. O resultado para toda a cadeia é mais agilidade e qualidade no atendimento.

Henrique Siniscalchi e Fernando Strabelli/Sanus | Imagem: divulgação

“Estamos melhorando ainda mais a experiência do usuário, facilitando a rotina da nossa equipe e reduzindo a frequência de uso dos planos de saúde, uma vez que o monitoramento da saúde é mais preciso. No fim, é economia e eficiência para todo o sistema de saúde suplementar”, diz Henrique Siniscalchi, cofundador da Sanus. 

A Sanus oferece uma experiência digital de saúde a mais de 100 mil brasileiros, com acompanhamento ativo e jornada de saúde personalizada. Em 2025, a healthtech prevê fechar o 1º trimestre com mais de 150 mil vidas e economia média de 10% nos custos de saúde para os beneficiários. A Jazz Tech, empresa que presta serviços de banco white-label, investe e oferece infraestrutura tecnológica para a Sanus.

*Jornalista, sócio e CEO da Ovo Comunicação