Ourinvest muda para ser um 'banco digital completo' e dar crédito a PMEs

O antigo nome não dizia mais nada: a instituição, fundada em 1979 para negociar ouro, acabou sendo pioneira em home equity no Brasil. E, desde 2013, se especializou no mercado em câmbio. Mas hoje não é só uma corretora de investimentos, nem quer mais viver só de câmbio. Com o novo nome Ouribank, a antiga Ourinvest quer ser um “banco digital completo” para pequenas e médias empresas. Isso inclui a oferta de linhas de crédito como capital de giro, conta
garantida, antecipação de recebíveis e supply chain finance.

“Percebemos que as empresas com faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 300 milhões por ano continuam mal atendidas pelo mercado financeiro”, diz Bruno Foresti, diretor de Tesouraria. Isso, mesmo após a revolução das fintechs.

Mais produtos, menos riscos

“Vimos que podemos oferecer mais produtos, de forma integrada. Ou seja, ser um banco digital completo para os clientes que já contratavam nossos serviços de câmbio”. Oferecer crédito para clientes conhecidos ajuda a reduzir riscos.

Para acelerar a implantação dessa agenda digital para PMEs, o Ouribank contratou em 2023 Pedro Viana Guimarães, ex Santander, como head de Produtos.

Além dos serviços de banco digital, o Ouribank tem um hub de soluções e Banking as a Service (BaaS) que atende corretoras, empresas especializadas em remessas, traders, fintechs, instituições financeiras, facilitadoras. Um dos focos do banco são os merchands de e-commerces, cujas transações têm ticket médio muito baixo.

Segundo o executivo, as PMEs gostam dos serviços de câmbio do Ouribank porque “somos flexiveis, damos atenção”. “Elas não encontram igual em bancos grandes. Câmbio é negócio secundário para essas instituições, que privilegiam pagamentos e crédito”, diz Bruno. Por isso, o câmbio foi o nicho escolhido pelo banco para crescer e, agora, alavancar outras ofertas.

Os serviços de câmbio do Ouribank vão desde a compra de moeda, passando por consultoria, financiamento de importação e exportação e hedge cambial. Segundo a instituição, em 2023 a Ourinvest ficou com 1,2% de participação do mercado de câmbio no Brasil, transacionando US$ 30 bilhões. O banco, com R$ 3 bilhões em ativos e R$ 800 milhões de receitas, tem atualmente mais de 700 ‘indicadores de negócio’ – como eles chamam seus correspondentes de câmbio – espalhados pelo Brasil.