No primeiro semestre de 2024, as transações por meios digitais de pagamento continuaram apresentando crescimento significativo. A totalidade de transações atingiu 64,9 bilhões e o montante financeiro, RS 54,4 trilhões. Foi um crescimento de 30,9% e 10,1%, respetivamente, em comparação ao primeiro semestre do ano passado. O motivo principal foi o crescimento de 66% do uso do Pix. Assim, o sistema de pagamento instantâneo passou a ser o instrumento mais utilizado, alcançando 44,8% do número total de transações efetuadas.
Os dados constam das Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (12/12).
As informações são enviadas pelos diversos participantes do mercado. Elas se referem ao uso dos instrumentos de pagamento no País, ao mercado de cartões de pagamento e aos canais de acesso às transações bancárias, além de informações coletadas das infraestruturas operadas pelo BC. Em relação às transações de pagamento utilizando dinheiro (em espécie), as estatísticas contemplam apenas os dados de saques.
Cartões em alta
Houve também expansão do mercado de cartões, que manteve crescimento nas modalidades de crédito (11,6%), débito (3,2%), e pré-pago (24,8%).
Além disso, as transferências interbancárias realizadas por meio da TED seguiram sendo o instrumento de pagamento com maior participação percentual em volume transacionado (37,3%). Seu valor médio por transação foi de R$ 49.914. A segunda maior participação foi a do Pix (21,8%). Em 2024, ultrapassou as transferências intrabancárias, agora responsáveis por 21,2% do mercado em termos de valor transacionado.
Por outro lado, apesar do crescimento no período analisado (20,2%), o cartão pré-pago teve a menor participação em volume financeiro transacionado (0,3%), com valor médio por transação de R$ 26. A quantidade de cartões ativos de pré-pagos gira em torno de 75 milhões. Já os cartões de débito e cartões de crédito estão em aproximadamente 162 milhões e 221 milhões, respectivamente.
TIC e taxa de desconto
Quanto às Tarifas de Intercâmbio (TIC) médias praticadas no mercado de cartões no primeiro semestre de 2024, para a remuneração dos emissores nos arranjos débito e pré-pago, essas se mantêm praticamente estáveis, flutuando em torno dos limites máximos definidos pela Resolução BCB nº 246, de 2022, de 0,50% e 0,70%, respectivamente. A TIC média observada nos arranjos de crédito foi de 1,63%, não apresentando variação significativa em relação aos últimos semestres.
Em relação às taxas praticadas para aceitação dos instrumentos no comércio (taxa de desconto ou MDR – do inglês Merchant Discount Rate), observou-se uma redução nas taxas de descontos entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024: de 2,37% para 2,28% no cartão de crédito; de 1,12% para 1,10% no cartão de débito; e de 1,60% para 1,50% no cartão pré-pago.