No ano passado, o ChatGPT, da OpenAI, dominou a pauta do mundinho tech desde que a gigante Microsoft anunciou, em janeiro, investimento (estimado em US$ 10 bilhões) na empresa. Com o ChatGPT, a IA, sigla para Inteligência Artificial (ou AI em inglês) subiu um degrau e virou “generativa”. Virou mais inteligente. E ficou acessível, com mil e uma utilidades.
O fenômeno cresceu e apareceu rapidamente para todo mundo. Chegou até aos meus (e aos seus) pets, que ganharam versões animadas por IA.
Neste ano, quem invadiu a cena tech como um furacão foi a Nvidia, fabricante dos chips por trás de todo o hype da IA generativa. Sim, a OpenAI é cliente da Nvidia.
A Nvidia foi avaliada em US$ 2 trilhões – quase o PIB brasileiro, e mais do que o valor de todas as empresas negociadas na B3 -, após a divulgação do seu balanço. Assim, virou a terceira maior empresa de capital aberto do mundo, junto com Microsoft e Apple.
A receita atingiu o recorde de US$ 60,9 bilhões, aumento de 126% em comparação com 2022. Sediada no Vale do Silício, nasceu 25 anos atrás pelas mãos do engenheiro elétrico Jensen Huang. Na época, o objetivo era melhorar os gráficos 3D para jogos de computador. Antevendo o esfriamento desse mercado, no ano passado a Nvidia pivotou o negócio, se transformando no mais importante fornecedor de chips para IA. A empresa controla cerca de 80% do mercado de chips de IA de ponta, segundo a agência Reuters.
E vem mais por aí. Na quinta-feira, 29/2, a empresa anunciou que se uniu à Microsoft e à OpenAI em um investimento na startup de robôs humanóides Figure AI, avaliada em US$ 2,6 bilhões.
Nvidia e fintechs
Mas o que o furacão Nvidia tem a ver com o mundo das fintechs?
As possibilidades de aplicações da IA no segmento de fintechs são muitas, desde a análise de risco de crédito, personalização da oferta de produtos e prevenção de fraudes financeiras, até a otimização (e barateamento dos custos) do atendimento a clientes.
No final de fevereiro, a sueca Klarna, que puxou a fila das fintechs buy now, pay later, divulgou que a aplicação do ChatGPT substituiu “com vantagens” o trabalho de 700 atendentes. A fintech, que prepara seu IPO, estima que o ChatGPT vá gerar US$ 40 milhões em economia de custos e aumento de receitas em 2024.
O mercado global de fintechs deve atingir faturamento de US$ 313 bilhões em 2024, e US$ 608 bilhões até 2029, crescendo a uma taxa superior a 14% ao ano durante o período da previsão, de acordo com a consultoria indiana Mordor Intelligence.
Muito além do bate-papo
Mas nem só de bate-papo com clientes vive a IA aplicada a fintechs.
(conheça aqui a visão da Nvidia sobre IA aplicada ao setor financeiro)
As fintechs frequentemente desenvolvem modelos de previsão e análise financeira para identificar tendências de mercado, avaliar riscos e tomar decisões de crédito e de investimento. E, segundo o próprio ChatGPT, a Nvidia “domina a aplicação da IA em processamento de grandes conjuntos de dados, modelagem e previsões financeiras, segurança cibernética e computação em nuvem.”
“Em breve a IA não apenas remodelará a forma como vivemos e trabalhamos. Mas também mudará o comércio e os meios de pagamento de maneiras que precisamos entender”, afirmou Jack Forestell, chief product and strategy officer da Visa. No final do ano passado, o Visa Ventures, braço de investimentos corporativos da Visa, anunciou um fundo de US$ 100 milhões com foco em IA generativa.
“Nas fintechs, a adoção eficaz da IA não apenas impulsiona a eficiência, mas também eleva a experiência do cliente a novos patamares. À medida que exploramos esse novo horizonte, é evidente que a convergência entre inovação tecnológica e serviços financeiros está apenas começando, prometendo um futuro emocionante e cada vez mais conectado para as fintechs e seus usuários”, escreve Moisés Nery, CTO da fintech Trademaster.
Quem viver, verá – aliás, já está vendo…