COLABORAÇÃO

"Hoje a agenda de inovação do BC é uma agenda de parceria", diz Galípolo

Segundo o futuro presidente do BC, a inovação não deve ser um fim em si mesma, mas fazer sentido para o cidadão e para o cliente

Gabriel Galípolo/BC
Gabriel Galípolo/BC | Imagem: print de tela do evento Itaú BBA Macro Vision 2024

“É essencial que a inovação não se torne um fim em si mesma, mas que faça sentido para o cidadão”. A opinião é do atual diretor e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. “Mas também precisa fazer sentido para os clientes dos bancos, quem está fazendo a intermediação e é regulado.” Hoje, o BC enxerga as instituições financeiras como parceiros da sua agenda de inovação. “Atingimos um grau de maturidade tal, que essa agenda de inovação é basicamente uma agenda de parceria com quem faz a intermediação. Quem conhece o cliente, quem tem o cliente são vocês. Vocês conhecem as dores do cliente”, disse, dirigindo-se aos bancos, durante o Itaú BBA Macro Vision 2024.

Galípolo disse que a agenda de inovação do BC teve muito sucesso em provocar uma série de revoluções ao longo dos últimos anos. Como exemplos, citou desde as mudanças nos arranjos envolvendo cartão de crédito, as populares maquininhas, e até o Pix.

“A gente provocou uma revolução também na experiência do cliente do ponto de vista de investimento. Há poucos anos atrás, se quiser ser um banco de varejo, você precisava, com escala nacional, ter algumas milhares de agências. Hoje em dia, isso é possível com menos custo para quem está ofertando e mais acesso para quem está demandando esse serviço”, lembrou.

Novos entrantes

O diretor citou ainda o fenômeno dos novos entrantes que chegaram com a digitalização. Isso permitiu incorporar pessoas que estavam meio à margem do sistema financeiro. “Me anima muito o que pode vir do ponto de vista da agenda evolutiva do Pix para criar soluções mais eficientes. Tanto do ponto de vista de sistemas e arranjos de pagamento.”

Sobre a evolução do Drex, ressaltou que ela permitirá avançar com o crédito colateralizado. Ou seja, “permitir dar mais opções e acesso para crédito com um custo menor, porque há uma redução de percepção de risco por parte de quem está concedendo crédito”.

O painel foi moderado por Julia Gottlieb, vice-presidente sênior de Pesquisa Econômica, e Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.