Imagem gerada por InnerAI
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O mercado de investimento em fintechs no Brasil teve uma semana aquecida com quatro rodadas de empresas de segmentos distintos, totalizando mais de R$ 160 milhões. Os aportes revelam apetite de fundos de Venture Capital (VC) por soluções de nicho. As apostas incluem negócios nas áreas de consórcios, saúde, crédito com garantia de imóvel (home equity) e stablecoins.

A Caveo, plataforma financeira para médicos, fechou sua Série A de R$ 54 milhões. O aporte foi liderado pela Zenda e coliderado pela ONEVC, com participação de Norte Ventures, Enseada (family office ligado à SulAmérica), Reserva Investments, Endeavor Brasil, Valutia e Saison Capital.

Fundada em 2022, a Caveo está presente em 93% das faculdades de medicina do País. Oferece conta PJ integrada, contabilidade automatizada e assistente de Inteligência Artificial (IA). A fintech alcançou 18% de market share entre médicos formados em 2024 e projeta chegar perto de 40% em 2025.

“Sempre tivemos a cabeça muito focada no cliente e a intenção clara de criar uma marca que fosse, de verdade, admirada pelos médicos”, afirmou Wilgo Cavalcante, cofundador e CEO da Caveo, em nota.

Segundo pesquisa da própria empresa, mais de 70% dos médicos relataram insegurança com temas contábeis e tributários. O Brasil deve ultrapassar a marca de um milhão de médicos em atividade até 2035, conforme a Demografia Médica no Brasil 2025.

Da saúde para os consórcios…

A Klubi, fintech autorizada pelo Banco Central (BC) a operar como administradora de consórcios, ampliou sua rodada Série A com um novo aporte de R$ 32 milhões. O montante se soma aos R$ 45 milhões captados em dezembro de 2024. O trio que já havia investido no fim do ano passado – Pátria Investimentos, L4 Venture Builder (fundo ligado à B3) e Cyrela Ventures – voltou a aportar capital na empresa

Criada em 2020, a Klubi superou R$ 2 bilhões em carteira. A receita anualizada chegou a R$ 180 milhões, o triplo do registrado em 2024. Com o novo capital, a fintech projeta ultrapassar R$ 5 bilhões em carteira e mais que dobrar a receita até 2026.

“O aumento expressivo da carteira e da receita, com unit economics robustos, fortaleceu a confiança no nosso modelo. O mercado de consórcios está mudando, e o Klubi está preparado para liderar essa virada”, disse Eduardo Rocha, fundador e CEO da startup, em nota.

‘Home equity’

A FlowCredi, por sua vez, investe em um marketplace de crédito com garantia de imóvel (home equity). A fintech foi fundada por executivos que integraram a liderança da Credihome, adquirida pela Loft em 2021.

Para avançar na expansão do negócio, a fintech captou R$ 3,5 milhões em uma rodada pré-seed liderada pelos fundos Verve Capital e Norte Ventures. Investidores-anjo como Marco Camhaji (Movile e Upload), Patrick Sigrist (iFood e Nomad), Rafael Dutton (Movile), Leandro Abreu (investidor do QuintoAndar) e Gabriel Lacombe também participaram.

A fintech ultrapassou R$ 500 milhões em crédito aprovado em 2025 e conecta clientes aos principais bancos e fundos do setor para simplificar a contratação de home equity, crédito imobiliário e crédito com garantia de automóvel.

“O home equity é o crédito mais eficiente do mercado: juros baixos, prazos longos e liberdade de uso. O desafio agora é torná-lo popular, compreensível e acessível”, afirmou Bruno Gama, CEO da FlowCredi, em nota.

O crédito com garantia de imóvel deve fechar 2025 em R$ 11 bilhões e pode alcançar R$ 500 bilhões com o avanço do novo Marco Legal das Garantias, segundo projeções do setor.

No mundo cripto…

A Crown, emissora da stablecoin BRLV, levantou US$ 13,5 milhões (cerca de R$ 70 milhões) em uma Série A liderada pela Paradigm, fundo de criptoativos com foco em pesquisa. Este é o primeiro investimento da Paradigm em uma empresa brasileira. A rodada elevou o valuation da Crown para US$ 90 milhões. A captação teve, ainda, a participação de Framework Ventures, Valor Capital Group, Coinbase Ventures, Norte Ventures e Paxos.

O BRLV já ultrapassou R$ 360 milhões em subscrições, consolidando-se como a maior stablecoin de mercados emergentes.

“Com uma infraestrutura institucional, auditada e alinhada à regulamentação do Banco Central, somos a primeira stablecoin do mundo a conceder aos holders garantia real sobre as reservas que lastreiam o token”, disse John Delaney, CEO e cofundador da Crown, em nota.

A stablecoin é lastreada 100% em títulos públicos do governo brasileiro. Opera de forma interoperável, conectando Pix, sistemas bancários e mercados offshore ao ecossistema on-chain com liquidez 24/7.