Pouco mais de um ano depois de se tornar um unicórnio, o último a nascer no Brasil, a QI Tech anuncia a captação de mais US$ 63 milhões. O valor equivale a aproximadamente R$ 350 milhões no câmbio atual. O cheque é uma nova extensão da rodada Série B, divulgada em outubro de 2023 e que alçou a fintech ao “status mítico” de startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão. O novo investimento teve a liderança da General Atlantic (GA), com participação da Across Capital, ambas já investidoras da empresa.
Uma das principais empresas provedoras de infraestrutura tecnológica para serviços financeiros no Brasil, a QI Tech informou que o investimento permitirá ampliar a capacidade de caixa para futuras transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). Desde 2021, a fintech comprou três empresas: Zaig, startup de antifraude; Singulare (antiga Socopa), corretora especializada em FIDCs; e Builders Bank, de desenvolvimento de aplicativos bancários.
“O capital adicional posiciona a QI Tech para movimentos estratégicos de M&As, alinhados à nossa visão de longo prazo”, afirmou Pedro Mac Dowell, CEO e fundador da QI Tech, em nota. Com o aporte, a fintech também prevê acelerar o desenvolvimento de soluções para novos clientes. “Estamos focados em ampliar nosso portfólio com confiabilidade, compliance e escalabilidade.”
Diversificação
Fundada em 2018 e primeira Sociedade de Crédito Direto (SCD) a receber sinal verde do Banco Central (BC), a QI Tech atua com uma plataforma one-stop-shop de infraestrutura tecnológica e regulatória para serviços financeiros. A fintech já desenvolveu soluções para mais de 400 clientes, incluindo nomes como 99, Shopee e Quinto Andar. Atualmente, a QI Tech soma mais de 90 milhões de cadastros de pessoas físicas validadas. Por mês, processa mais de 20 milhões de transações de antifraude. Como custodiante de FIDCs, reúne mais de US$ 17 bilhões em ativos sob gestão, oriundos da compra da Singulare.
Nos mais recentes movimentos para diversificar sua atuação, a QI Tech lançou, por exemplo, uma solução de ‘seguros as a service‘. Em seis meses, já emitiu mais de R$ 150 milhões em prêmios. Além disso, a fintech está desenvolvendo uma infraestrutura de câmbio para oferecer aos clientes uma experiência totalmente digital como alternativa ao tradicional Swift. Em crédito, no ano passado, a empresa colocou no ar uma solução de parcelamento via Pix. Assim, antecipou-se ao Pix Parcelado, previsto pelo BC para setembro de 2025.